O equilíbrio instável, Calder mais Fischli/Weiss
O equilíbrio instável é belo embora fugaz, esse o tema da exposição aberta no Museu Beyeler, na cidade de Basiléia, trazendo as instalações e mobiles precursores do americano Alexander Calder, reforçada com obras mais recentes dos artistas suíços Peter Fischli e David Weiss.
Apesar de terem vivido épocas diferentes, as obras de Fischli/Weiss têm pontos de contato com as de Calder. Uma constante é a ideia do equilíbrio no desafio à lei da gravidade, ligada diretamente ao conceito do efêmero, da experimentação, do momento fugaz em que dura o equilíbrio e a queda com o retorno à força da gravidade.
Da representação basta um passo para se concluir que o fenômeno do equilíbrio precário não está ligado a um momento determinado mas é intemporal e contemporâneo. Depois de numerosas tentativas frustradas pode-se obter o equilíbrio mesmo que num curto espaço de tempo ou esse equilíbrio será talvez imaginário.
Fischli/Weiss conseguiram obter, em determinadas situações, um equilíbrio precário mas estável numa fração de segundo, a ponto de permitir ser fotografado. Estruturas complexas se sucedem, provocando no rompimento do equilíbrio uma nova tentativa como num moto contínuo.
Alexander Calder manifestou desde a infância sua atração pelos fenômenos mecânicos e pelas construções que o levaram a se formar como engenheiro mecânico. Para ele, a captura do movimento e das forças que o determinam são a chave para a representação da realidade e da vida. Do que decorreu o Circo de Calder e suas figuras em fios de ferro.
A colaboração entre Fischli e Weiss se afirmou no filme A Mínima Resistência, em Los Angeles, no qual se fantasiaram num rato e num urso panda. A seguir, criaram a série fotográfica Equilíbrios, na qual exploram o equilíbrio precário entre muitos objetos.
A exposição Calder, Fischli & Weiss fica até 4 de setembro no museu de arte sa Fundação Beyeler, na cidade de Basiléia.
Rui Martins