Hoje a 2ª Mostra Mosfilm apresenta os filmes "Braço de Diamante", de Leonid Gaidai (1968), e "A vida é maravilhosa", de Grigory Chukhray (1979). A mostra, com entrada franca, teve inicio na quinta (3) na cinemateca, e já contou com a participação de mais de 1000 pessoas até este domingo. Ao todo mais de 300 pessoas participaram da abertura, 130 das sessões de sexta, mais de 400 no sábado e 220 no domingo.
Na ocasião do lançamento do evento, o presidente do Centro Popular de Cultura da UMES (CPC -UMES), Gabriel Alves, abriu 2ª Mostra Mosfilm de Cinema e explicou o que motivou a parceria entre a UMES e o maior estúdio russo de cinema. "Existem filmes fundamentais para serem conhecidos pelo povo brasileiro, que por uma serie de motivos não chegam à população. Filmes com uma qualidade técnica enorme, qualidade de atores, roteiro e referencia em inovações no cinema que não chegam ao Brasil devido ao grande monopólio existente na área do áudio visual, e é exatamente por sua qualidade que não conseguem chegar. Por isso organizamos uma parceria entre o Mosfilm e o CPC UMES para realizar a segunda mostra, um trabalho que também envolve o lançamento de diversos filmes no Brasil, alguns em Blu-Ray".
"O que falta para estes filmes chegarem aqui é oportunidade, é quebrar o bloqueio. Não é a falta de interesse da população brasileira ou dos amantes do cinema no Brasil. E a maior prova disso é esta sala cheia", disse Gabriel. Na abertura havia mais de 300 pessoas enquanto a Cinemateca possui apenas 210 lugares, problema resolvido após a organização explicar a todos os que não conseguiram entrar que o filme seria reprisado na quarta (9), às 21 horas. Ainda durante a sua intervenção Gabriel agradeceu a Cinemateca e ao Ministério da Cultura, que possibilitaram a realização da mostra, bem como a Gazeta Russa e ao Jornal Hora do Povo que divulgaram o evento em suas publicações. Ele também agradeceu a presença de Marcus Vinicius, diretor artístico do CPC-UMES, ao Bira, presidente da CGTB, Sergio do Arbore, pela defesa da cultura e comunicação e Celso Gonçalves e Sergio Muniz, importantes realizadores do cinema brasileiro. Ele também agradeceu a presença de Natalia Chpatova e Ekaterina, responsáveis pelo coquetel.
Após os agradecimentos Gabriel convidou Daniil Metelkin, da Gazeta Russa, Marcos Kauê, presidente da UMES e o Cônsul Geral da Rússia, Konstantin Kamenev, para uma breve saudação.
"Gostaria de agradecer os organizadores por trazerem os filmes russos ao Brasil. Espero que gostem dos filmes da mostra", disse Daniil, desejando a todos um ótimo filme. Em seguida Kauê falou da importância da mostra e explicou rapidamente a todos o que estava ocorrendo nas ocupações das escolas. "A diretoria da UMES decidiu participar da abertura da 2ª Mostra, mesmo em meio a essa batalha contra a reorganização, onde o governo tem colocado policiais para bater em estudantes dentro das escolas, por considerar muito importante essa parceria com a Mosfilm". Diversos estudantes, em conjunto com a diretoria da UMES foram direto das ocupações para a mostra, retornando para as escolas após a sessão.
O cônsul russo por sua vez disse que a Mostra de cinema Mosfilm já se tornou uma grande tradição. "Prezados amigos, essa mostra já se tornou uma grande tradição com os filmes da Mosfilm", disse Kamenev . "Esta 2ª Mostra Mosfilm é um veredito do interesse dos brasileiros pela cultura russa", afirmou ao se referir a sala cheia. "Nesse sentido gostaria de destacar a sinergia entre os povos russos e brasileiros. Sinergia e simpatia mutua que existe devido ao profundo respeito entre os nossos povos. E o cinema é um condutor da amizade nesses tempos turbulentos na área internacional. Gostaria de agradecer a todos, especialmente aos organizadores do evento", comentou desejando a todos uma boa sessão de cinema, depois de recordar que o filme "O caminho para Berlim", de Serguei Popov (2015), foi um filme em comemoração do 70º aniversario da vitoria do povo soviético contra o nazi-fascismo.
Outro destaque foi a apresentação de "Aventuras extraordinárias de Mr. West no país dos bolcheviques", de Lev Kuleshov (1924), às 17 horas do sábado, onde a pianista Dudah Lópes reproduziu as sessões do cinema mudo na Rússia, onde na ausência de diálogos e efeitos sonoros utilizava-se música ampliar o clima dramático ou cômico nas histórias.
Até agora foram apresentados sete dos onze filmes que compõem a mostra, todos inéditos no Brasil.
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