Enquanto se iam encerrando as celebrações da Páscoa na Síria, começavam, para os moradores de Aleppo, novos ataques de foguetes, claramente orientados para matar civis. Os ataques, que ocorreram em território controlado pelo governo, foram atos dos terroristas da Frente al-Nusra/ISISfinanciados pelo Ocidente para derrubar o governo secular de Bashar al-Assad.
Repórteres sírios estavam em campo logo depois dos atentados, para colher imagens das vítimas sendo resgatadas de montes de entulhos e ruínas, e de outras, já em tratamento em hospitais.
Os mísseis foram diferentes
Fontes dentro Síria descreveram os mísseis que atingiram o prédio em Aleppo como diferentes e mais avançados do que os antes utilizados pelos terroristas. Testemunhas descreveram o efeito do impacto dos mísseis, que "partiram o prédio pela metade". Muitos já perceberam que os terroristas que operam em Aleppo receberam armamento muito mais sofisticado e poderoso do que o armamento a que tinham acesso antes.
Na verdade, quando se vê o filme divulgado pela mídia síria, do prédio destruído, a descrição de que o prédio foi "partido ao meio" é bastante precisa. O que se vê no filme, é um prédio de apartamentos cortado realmente de cima abaixo, com os dois lados ainda em pé.
Muitos moradores entrevistados pela mídia síria afirmaram que terroristas de grupos de extermínio os tomam como alvos, porque sabem que a população apoia o governo do presidente Assad ou, no mínimo, porque sabem que não apoiam os jihadistas.
A área atingida por mísseis dessa vez, já esteve antes sob bombardeio pelos terroristas, que resultou em de número estimado de mortos que varia entre 17 e mais de 40, segundo depoimentos de testemunhas.
A evidência de que os terroristas apoiados pelo ocidente já se dedicam deliberadamente a matar civis passou totalmente despercebida na mídia-empresa ocidental, que se concentrou exclusivamente em outro acidente que, esse sim, recebeu atenção integral.
No domingo, uma escola foi destruída em Aleppo, em ataque que teria matando cinco crianças e quatro adultos, de acordo com 'notícias' da Agência Reuters. A escola Saad Al-Ansari era localizada no bairro de Al-Mashhad, área controlada pelos terroristas.
A mídia-empresa ocidental imediatamente 'concluiu' e 'noticiou' que o governo Assad seria responsável pelo ataque à escola. Evidentemente, a única fonte que a Reuters consultou foi o conhecido esquadrão-da-morte e ONG mundialmente desacreditada [sempre repetidamente citada nas reportagens que se leem e ouvem no Brasil (NTs)] conhecida como "Observatório Sírio de Direitos Humanos" - que não passa de umas poucas pessoas que vivem no Reino Unido e só fazem 'pesquisar' na Internet. O diretor e fundador dessa ONG, Rami Abdelrahman, vive de repetir e divulgar os ataques de propaganda construídos por governos da OTAN e contra o governo sírio, desde o início da crise. A própria ONG já admitiu que é financiada por um país europeu cujo nome não citou. Basta saber disso, para saber que as 'informações jornalísticas' distribuídas por aquela ONG não são fidedignas.
Além disso, deve-se salientar que as escolas na Síria permaneceram fechadas durante o feriado de Páscoa e que, no domingo, para começar, não haveria nenhuma criança na escola. Portanto, ainda que o governo Assad tivesse deliberadamente bombardeado o edifício, seria impossível que tivesse matado crianças, que não estavam na escola.
Mídia-empresa ocidental
A mídia-empresa ocidental insiste que o ataque atribuído ao Exército Árabe Sírio teria tido o objetivo deliberado de matar crianças, mortes que a mesma mídia-empresa atribui ao presidente sírio, apesar da evidência óbvia de que esse tipo de ação seria extremamente contraproducente para a causa do governo sírio, tanto nacional como internacionalmente.
Apesar de a ONG londrina Observatório dos Direitos Humanos ter distribuído vídeo o qual, segundo a mesma ONG, seria prova do ataque (o vídeo mostra o rescaldo de um incêndio, com um homem segurando a perna decepada de uma criança e equipes de resgate levando um corpo coberto por um lençol), já se sabe que todas as atrocidades cometidas na Síria têm sido atribuídas sempre imediatamente a Assad e ao Exército Árabe Sírio, até que se investigue e descubra-se que configuram mais um dos já incontáveis crimes de guerra cometidos na Síria pelos terroristas de grupos de extermínio. Desde os ataques forjados com armas químicas no infame massacre de Houla, vê-se que há esforço organizado para retratar Assad não apenas como o inimigo, mas como cruel açougueiro de civis. Contudo, cinco anos depois daqueles ataques, ainda não há sequer algum mínimo fragmento de prova confiável que sugira que o Exército Árabe Sírio ou o governo Assad visem intencionalmente a atingir civis.
Com tudo isso em mente, deve-se concluir que a propaganda sobre o suposto bombardeio de uma escola pelo Exército Árabe Sírio não passa de tentativa para arregimentar apoio à ação da OTAN contra o governo sírio, exatamente como já aconteceu quando a imprensa-empresa ocidental tentou explorar outro bombardeio de prédio escolar, em maio de 2014.
Por tudo isso, é preciso ter em mente as muitas histórias inventadas e repetidas ad nauseum sobre supostas atrocidades de Assad, jamais acompanhadas dos correspondentes desmentidos, nem depois que já haja muitas provas de que aquelas atrocidades sempre foram obra dos esquadrões da morte apoiados pelo ocidente.
É preciso observar, sem perder a noção da lógica e do bom-senso, todos esses eventos noticiados pelos meios de comunicação da OTAN. Ainda mais importante, devemos sempre lembrar que os verdadeiros responsáveis pela tragédia da crise que a Síria enfrenta hoje são EUA, Israel, OTAN, e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). É urgente responsabilizar os governos desses países e os bolsos ricos do estado profundo que comanda as respectivas estruturas governamental, empresarial e bancária - pela terrível desgraça que atinge hoje o povo sírio.
16/4/2015, Brandon Turbeville, Global Research [dica de Brasil Helou]
http://www.globalresearch.ca/syria-media-attacks-assad-as-terrorists-attack-civilians/5443450