GENEBRA/SUIÇA - Ao redor do mundo, 1 bilhão de pessoas ainda vivem sem instalações sanitárias para as suas necessidades fisiológicas, o que representa um risco potencial para a propagação de doenças mundo afora.
Por ANTONIO CARLOS LACERDA
Só na Índia, 597 milhões de pessoas não têm acesso a sanitários. No mundo, cerca de um bilhão de pessoas ainda não têm acesso a sanitários, o que representa um risco potencial para a propagação de doenças, como demonstrou a disseminação da febre hemorrágica do vírus Ebola, destacou um informe anual, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na Nigéria tem havido apelos à população para que evite a prática de defecar ao ar livre pelo temor de que o vírus se propague pelos líquidos humanos, indicou a OMS, em seu relatório anual dedicado ao acesso à água e aos sanitários.
Na Libéria, o país mais afetado pela epidemia, cerca da metade dos 4,2 milhões de habitantes não utilizam sanitários. Em Serra Leoa, outro país castigado pelo Ebola, a proporção é estimada em 28% da população, acrescentou o informe.
Embora tenha havido progressos no acesso à água potável e aos sanitários, o documento destacou que 'a falta de financiamento continua a limitar estes avanços'.
Na África subsaariana, onde 25% da população defeca ao ar livre, estimativas indicam que uma criança morre a cada dois minutos e meio, após ingerir água não potável ou como consequência da falta de sanitários e de higiene.
Deste bilhão de pessoas sem acesso a sanitários, 825 milhões se concentram em apenas dez países, cinco deles na Ásia, sendo que a Índia aparece na liderança, com 597 milhões de pessoas, seguida de Indonésia, Paquistão, Nepal e China (10 milhões). Na África, além da Nigéria (39 milhões), completam a lista Etiópia, Sudão, Níger e Moçambique (10 milhões).
"É tempo de agir (...) Nós não sabemos ainda qual será a agenda para o desenvolvimento sustentável após 2015, mas nós sabemos que a água e os sanitários devem ser prioridades claras, se quisermos criar um futuro que permitirá que todos se beneficiem de uma vida sadia, digna e próspera", destacou, durante a apresentação do informe, Michel Jarraud, encarregado de água na ONU e secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM). (Com informações da France Presse).
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU