O autor da coleção de poemas líricos mais popular da literatura portuguesa, Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810), viveu parte da infância e da juventude no Recife, Bahia e Rio, antes de voltar a Portugal.
Foi ouvidor-geral de Vila Rica (MG), época em que o contrabando de diamantes e a sonegação fiscal corriam soltas. Foi nesta época que também apareceu o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que acabou na forca junto com alguns outros oficiais. Gonzaga foi condenado ao degredo para toda a vida em Angola, mas sua pena foi reduzida para dez anos em Moçambique.
O conjunto de poemas Marília de Dirceu foi publicado com sucesso no Diário de Lisboa e tem um motivo: "É uma poesia que dá vazão ao tumulto interior, confunde-se com a vida do autor e torna-se profundamente autobiográfica".
O jornalista Adelto Gonçalves, profundo conhecedor da obra e vida de Gonzaga acaba de publicar "Tomás Antonio Gonzaga" pela Academia Brasileira de Letras em convênio com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
por Rivaldo Chinem
Ele vê no poeta um gosto pelas modinhas populares descobertas na sua infância no Brasil. No degredo casou-se com Juliana de Souza Mascarenhas, filha de seu subordinado que, segundo a lenda era traficante de escravos, coisa que o autor desmente. Gonzaga nunca se meteu nos negócios de escravos, apenas advogou para traficantes negreiros. Como juiz interino da alfândega foi acusado de favorecer os interesses da elite negreira da ilha em detrimento da Coroa.
Garimpar fatos que envolvem a vida fascinante do poeta do iluminismo fez o autor viver em Lisboa, onde pesquisou por alguns anos e voltou para fazer a defesa de sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo, que se tornou livro e agora biografia, numa série que traça o perfil dos ocupantes da Academia de Letras, escrita à altura do grande poeta.
Rivaldo Chinem é jornalista, professor da Unimep e Cogeae/PUC-SP, ministrou cursos de comunicação na Aberje, Sebrae, ADVB e USP. Foi repórter na Folha de S. Paulo, revista Veja, jornal O Estado de S. Paulo, colaborou na imprensa alternativa (Opinião, Movimento, Versus e Repórter); editou o jornalismo da TV Gazeta, da rádio Tupi e apresentou o programa "Imprensa e Comunicação em Debate" na rádio Bandeirantes. Foi colunista da Agência Estado com "Leitura do empresário" e, na Internet, do site Topnegócios, Portal Terra, com "Marketing Empresarial". É autor vários livros, como "Terror Policial" com Tim Lopes (Global), "Comunicação Corporativa" editora Escala com prefácio de Heródoto Barbeiro, "Marketing e Divulgação da Pequena Empresa" (Senac) na 5ª. edição, "Assessoria de Imprensa - como fazer" (Summus) na 3ª. edição, dentre outros.
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