Síria quer diálogo, outros querem continuar a violência

Damasco, (Prensa Latina) Ainda que sejam cada vez mais vozes na Síria que defendem uma solução pacífica à crise nacional, persistem forças contrárias que apostam no conflito violento e desconhecem os esforços pacificadores.

Nesta segunda (25) foi o último dia da Conferência de Diálogo Nacional, onde representantes de um amplo leque de organizações políticas e sociais concordaram que as soluções políticas, sem prévias condições, são as únicas factíveis para acabar com a guerra.

O evento de dois dias emitiu um comunicado final convocando todas as partes envolvidas a deixar aberta a mesa de negociações e realizar o quanto antes um evento como este, do qual possam participar os atores que desta vez se negaram a assistir.

Os participantes condenaram os Estados Unidos, a União Europeia e governos da região por impor o que qualificaram como um bloqueio econômico injusto que afeta especialmente o povo sírio, provocando fome, doenças e a morte de civis.

De igual maneira, o primeiro-ministro Wael Al-Halaki convocou nesta segunda-feira as forças políticas e sociais do país a se unir ao diálogo que permita acabar com o conflito de dois anos.

Este apelo vai também para as força opositoras, internas ou externas, e inclusive para os membros dos grupos insurgentes, a que deponham as armas, assegurou.

Não obstante, atores internacionais parecem ignorar os chamados da sociedade síria a respeitar a soberania, a unidade nacional e a não ingerência nos assuntos internos, e apostam no que chamam de mudança de regime em Damasco.

A liga Árabe entregou ontem o assento da Síria à denominada Coalizão Nacional das Forças de Revolução e Oposição (Cnfros), entidade opositora criada novembro passado em Doha, que reúne figuras variadas e grupos opositores fora da nação levantina.

Nesta terça-feira, na XXIV edição da Cúpula árabe na capital catarense, a Cnfros deverá ocupar o assento vago, depois de Damasco ter sido expulsa do bloco regional em novembro de 2011.

Um editorial do jornal sírio Al-Thawra, consideou que "a Liga entregou a cadeira roubada a bandidos e assassinos".

Por sua vez, o chanceler iraquiano Hoshyar Zebari afirmou que a decisão estabelece um nefasto precedente e constitui uma violação às normas jurídicas da Carta da entidade.

O nome da organização é Liga de Estados Árabes e quem representa os países são os governos eleitos legitimamente para expressar a voz de seus povos, afirmou o alto funcionário público em declarações reproduzidas por uma televisora local.

Zibari também se expressou contra a entrega de armas a qualquer parte da oposição, - como prometeram recentemente França e Reino Unido -, já que isto aumenta o derramamento de sangue e prolonga a crise, intensificando a violência na região, alertou. 

 

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Timothy Bancroft-Hinchey