André Luís Aquino
Nem é verão é o calor já está escaldante. Ontem à noite fiquei admirando da varanda de casa a chegada da tempestade. Um espetáculo de luz, som e fúria da natureza. Os relâmpagos transformavam por efêmeros momentos em dia a noite veloz. E os raios que saiam das nuvens atingindo o mar e o fazendo rugir coo um leão através de trovões, completavam o show. A impressão que tive é que uma parcela da energia daquela tempestade recarregava minhas baterias.
Experimento e reajo ante as alterações que acontecem no mundo exterior ou em mim mesmo. O calor e a tempestade fizeram parte das minhas vivencias fugazes de ontem à noite, experiências agradáveis e desagradáveis se misturando a minha história. E se estão descritas aqui nesse diário é porque gerou em mim afetividade.
O afeto é um processo emocional que agrega emoções boas ou ruins, sentimentos, paixões originando impressões de dor ou de prazer, de satisfação ou descontentamento, de alegria ou tristeza. A soma de todos esses significados, impressões e sensações é que definem pra mim um afeto.
Traduzindo isso chego a conclusão que afeto não é somente um sentimento, mas uma atitude. É preciso demonstrar afeto para que ele tenha legitimidade. Se a chuva não tivesse vindo depois da tempestade amenizando o calor eu não teria me lembrando com tanto carinho daqueles momentos. Se eu amar e não disser que amo, o amor, por mais intenso e verdadeiro que seja, não valerá nada.
Cada raio que caía, forte, assustador e luminoso, rasgando a noite violentamente me provocava espanto. As emoções são reações intensas, mas breves diante de um acontecimento inesperado. E tudo aquilo que nos faz reagir torna nossa vida mais intensa. Adoro tempestades, mas não gosto muito de calor. Porem uma mesma coisa pode ser tanto causa de alegria ou de tristeza, de desejo ou de repulsa. Em outras épocas, já adorei o calor e odiei tempestades.Afetos não são só coisas boas. Podem ser também um sentimento ruim. Ódio também é afeto. Amamos e odiamos com a mesma intensidade.
Portanto afeto é tudo aquilo que aumenta o diminui nossa potencia de agir (ou de fugir).