Aglomerações, mau uso e compartilhamento de maquiagem são as principais causas. Saiba como proteger seus olhos.
Todo ano o carnaval aumenta o número de consultas nos serviços de oftalmologia. De acordo com o oftalmologista do Leôncio Queiroz Neto, a conjuntivite, inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a esclera (parte branca do olho) e a face interna da pálpebra é a doença ocular mais comum neste período. As principais causas são as aglomerações, o mau uso e o compartilhamento de maquiagem.
Agravantes na folia
O oftalmologista ressalta que os tipos de conjuntivite mais comuns durante o carnaval são a viral e a bacteriana. Neste período, comenta, a queda da imunidade decorrente das noites mal dormidas e alimentação irregular aumenta a predisposição à viral. Já as aglomerações e o aumento de bactérias no ar por causa do calor que cria um ambiente perfeito para que se proliferem, contribuem com o aparecimento da bacteriana.
Queiroz Neto afirma que tanto a conjuntivite viral quanto a bacteriana são altamente contagiosas. Podem ser transmitidas por um simples aperto de mão e até pelo compartilhamento de objetos. É por isso que no carnaval os principais veículos de transmissão são as aglomerações e o compartilhamento de maquiagem. O especialista lembra que a maquiagem também pode causar a conjuntivite alérgica em quem já tem predisposição à alergia ou conjuntivite tóxica quando os cosméticos penetram no olho.
Como prevenir
As principais dicas do médico para curtir o carnaval e manter a saúde ocular são:
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Sintomas e tratamento
Os sintomas dependem do tipo de conjuntivite, mas todas causam ardência, vermelhidão, coceira, sensação de areia nos olhos, inchaço nas pálpebras e fotofobia ou aversão a luz. O especialista afirma que a diferença está na secreção purulenta na bacteriana e aquosa na viral, alérgica ou tóxica. O tratamento depende da gravidade e varia de acordo com o tipo. Embora em 80% dos casos a conjuntivite não cause queda visual, Queiroz Neto adverte que o tratamento inadequado pode provocar queda visual e resistência à medicação. "Por exemplo, quando a maquiagem adentra no olho e o desconforto permanece após lavar com bastante água, pode ser sinal de alguma lesão na córnea" afirma. Por isso, os colírios só devem ser usados com acompanhamento médico.
Risco das lentes coloridas
No carnaval também é comum brasileiros começarem a usar lentes de contato coloridas sem prescrição médica. Um levantamento realizado por Queiroz Neto mostra que uma em cada quatro adaptações de lente de contato são feitas sem supervisão médica. O problema é que o uso de lente é contraindicado para 15% dos brasileiros. Usar lente de contato não é brincadeira. A má adaptação pode causar sequelas permanentes na visão, conclui.
Eutrópia Turazzi
LDC Comunicação