Este ano, 3,2 milhões de pessoas perderão o emprego no mundo

GENEBRA/SUIÇA - Ano passado, 2013, cerca de quatro milhões de pessoas engrossaram as filas de desempregados no mundo, com o número total de desempregados no planeta atingindo a marca de 199,8 milhões de pessoas.

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

PRAVDA.RU

Enquanto isso, este ano de 2014, o número de desempregados no mundo atingirá a marca de 203 milhões, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Já para 2019, a entidade prevê que os desempregados no mundo chegaram a 213 milhões. Na França, a taxa de desemprego na França é a maior desde 1997.

O desemprego crescerá este ano em 3,2 milhões de pessoas, fazendo com que o número acumulado de pessoas sem trabalho no mundo fique em torno de 203 milhões, segundo cálculos divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

No relatório "O mundo do trabalho 2014: desenvolvimento com empregos", a OIT espera que durante este ano ocorra um aumento do desemprego inferior ao de anos anteriores.

As estatísticas mostram que, em 2013, o desemprego mundial se situou em "pouco menos de 200 milhões de pessoas" e os economistas da organização "estimam que o desemprego aumente em 3,2 milhões em 2014".

Segundo o texto do relatório, "Para 2019, considerando as atuais tendências, o desemprego alcançará 213 milhões de pessoas". Em relação ao percentual de pessoas desempregadas, a OIT prevê que este se mantenha estável, em torno de 6% da população economicamente ativa até 2017.

Durante os próximos cinco anos, 90% dos empregos serão criados em países emergentes e em desenvolvimento, o que é positivo, pois a OIT considera que essas economias necessitarão gerar 200 milhões de novos empregos - dos 213 que serão necessários no mundo todo - "para fazer frente a uma população economicamente ativa cada vez mais numerosa". Isso significa que os países em desenvolvimento deverão criar 40 milhões de empregos por ano, o que, segundo a OIT, terá um impacto significativo sobre os fluxos migratórios.

Isso ocorrerá devido a um aumento no fluxo de imigração no eixo Sul-Sul, mas também será acentuada a incipiente tendência de mais emigrantes de países ricos em nações em desenvolvimento com economias em ebulição.

Em relação aos dados, o relatório mostra que um total de 231,5 milhões de pessoas viviam em 2013 em um país diferente do seu de origem. Um dos aspectos positivos destacados pela OIT é que o processo de convergência econômica entre os países em desenvolvimento e as economias desenvolvidas "ganhou impulso".

Entre 1980 e 2011, a renda per capita nos países em desenvolvimento aumentou 3,3% ao ano, em média, um número muito superior ao aumento médio de 1,8% registrado nas economias desenvolvidas.

Os países que mais progressos alcançaram são os que investem em "empregos de qualidade", segundo a OIT, que destacou que "as nações que tiveram sucesso especial em reduzir o efeito do emprego vulnerável no início da década de 2000 registraram um notável crescimento econômico após 2007".

Os economistas da OIT destacaram que nos países nos quais o número de trabalhadores pobres diminuiu mais fortemente desde o início da década de 2000, a renda por habitante aumentou 3,5% em média entre 2007 e 2012.

No caso das nações em que, desde o princípio da década de 2000, a redução de trabalhadores pobres foi menor, a renda per capita aumentou apenas 2,4%.

Apesar dessas tendências positivas, mais da metade dos trabalhadores do mundo em desenvolvimento, cerca de 1,5 bilhões de pessoas, se encontram em situação trabalhista vulnerável.

A OIT calcula que cerca de 839 milhões de trabalhadores nos países em desenvolvimento ganham menos de US$ 2 por dia. Diante dessa realidade, para a OIT é fundamental promover uma capacidade produtiva diversificada, "ao invés de se limitar à liberalização do comércio".

A OIT acredita também que "é preciso fortalecer as instituições do mercado de trabalho, ao invés de ignorar as normas aplicáveis", e que se deve utilizar a proteção social para promover o emprego de qualidade e o desenvolvimento, "não unicamente como rede de segurança para a população mais desfavorecida". Além disso, deve-se garantir uma "evolução equilibrada da renda para evitar os prejuízos que acarretam as desigualdades", reivindicou a organização em seu relatório.

De fato, destacou que a desigualdade de renda cada vez maior "é um fato" que não afeta somente às nações em desenvolvimento, mas também os países desenvolvidos.

ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU

 


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Timothy Bancroft-Hinchey