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Mundo pode ter um déficit de 12,9 milhões profissionais da saúde até 2035

Mundo pode ter um déficit de 12,9 milhões profissionais da saúde até 2035

Mundo pode ter um déficit de 12,9 milhões profissionais da saúde até 2035

  RECIFE/BRASIL - O Brasil ocupa 19.ª posição do déficit de profissionais da saúde nas Américas. O País tem 31,4 mil profissionais da saúde por 10 mil habitantes, aquém do parâmetro de 34,5/10 mil estipulado pela Organização Mundial de Saúde. Em 2035, o mundo pode vir a ter um déficit da ordem de 12,9 milhões de profissionais.

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

PRAVDA.RU

A informação consta do relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a carência de profissionais intitulado "Não há saúde sem força de trabalho", divulgado no III Fórum Global de Recursos Humanos para a Saúde, no Centro de Convenções, em Recife, Pernambuco, Nordeste do Brasil, com a participação de 85 países.

O Brasil está atrás de Cuba (134,6), dos Estados Unidos (125,1), da Venezuela (67,4) e do Paraguai (34,4) e à frente do México (26,5), da Colômbia (19,7) e do Haiti (3,6). Ocupa a décima-nona posição entre os países das Américas. O mínimo recomendado pela OMS é de 22,8 mil profissionais por 10 mil habitantes.

Mais de 80 países estão abaixo deste patamar, a maioria deles da África Subsariana, segundo o relatório, enquanto 70% dos países das Américas têm número suficiente de profissionais da saúde - médicos, enfermeiras e parteiras - mas estes estão mal distribuídos nos seus territórios e não atendem à toda a população.

De acordo com a assistente geral da OMS em Genebra, Marie-PauleKieny, o déficit de profissionais da saúde no mundo poderá chegar a 12,9 até 2035 se os governos de todo o mundo nada fizerem em relação ao assunto. "Hoje este déficit é de 7,2 milhões", alertou ela, em entrevista coletiva.

O relatório, segundo Kieny, traz diretrizes para que o mundo possa se organizar e fazer frente a este desafio. "Uma das políticas recomendadas é a de procurar reter os profissionais na saúde básica primária", observou.

Ambiguidade. "Estamos na faixa intermediária, avançamos nos últimos anos, mas ainda temos muito o que fazer para trabalhar com critérios de acessibilidade e qualidade", reconheceu o secretário de Gestão na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales. "Temos a compreensão de que vivemos uma situação de ambiguidade com profissionais com alta especialização em grandes centros e grande parte do território brasileiro, como a Amazônia e o semiárido, com ausência de profissionais".

Ele assegurou que o programa "Mais Médicos" vai ajudar a avançar na redução desta desigualdade e melhorar o acesso da população aos serviços médicos.

O diretor do Banco Mundial, Tim Evans, disse que a instituição tem como objetivo principal baixar a taxa de pobreza de 20% para 3% até 2030. "O setor de saúde é essencial para que este objetivo seja alcançado", destacou ele, ao afirmar quer a estratégia do banco é que até 2030 ninguém venha a se tornar pobre devido aos gastos com a saúde.

 

ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU

 


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Timothy Bancroft-Hinchey