Síndrome no computador atrapalha cursos online

Uso incorreto do computador causa dor de cabeça, olho seco e visão embaçada que podem levar ao abandono de cursos. Saiba como prevenir.

O número de internautas no Brasil cresceu mais que 60% nos últimos dois anos. Segundo levantamento do IBOPE alcançou 102,3 milhões no final do primeiro trimestre deste ano, contra 63 milhões em 2011. O crescimento veio acompanhado do lançamento de cursos online. Só para se ter uma idéia, a ABED (Associação Brasileira de Ensino à Distância) mantém o cadastro de mais de 1,6 mil cursos em todos os níveis de educação.

O problema é que o censo 2012 da associação também mostra que 2 em cada 10 brasileiros que começam a fazer um curso online, desistem antes do final. Para o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, autor de vários estudos sobre os efeitos do computador na visão, a evasão pode estar relacionada ao mau uso dos equipamentos, sejam eles portáteis ou de mesa. "Hoje a dor de cabeça, olho seco e visão embaçada que caracterizam a síndrome da visão no computador, ou CVS, respondem por um grande número de consultas oftalmológicas", afirma. Não é para menos. Estudo feito pelo especialista com 1,2 mil pacientes mostrou que 75% das pessoas que usam o computador durante horas a fio têm a síndrome. É o ressecamento da lágrima que provoca a visão embaçada. Ocorre porque normalmente piscamos 20 vezes/minuto. Quando olhamos para uma tela o número de piscadas cai para 6 a 7 vezes/minuto.

Queda de produtividade

Queiroz Neto explica que a CVS não é uma doença. "É um desconforto como o frio, por exemplo. A síndrome passa com adequações ergonômicas e na iluminação" afirma. Hoje, segundo um levantamento do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) realizado com cerca de 340 mil corporações, metade das empresas com mais de 250 funcionários oferecem treinamento online para atualizar suas equipes.

O especialista ressalta que os treinamentos que exigem manter os olhos fixos na tela do computador por mais de uma hora sem interrupção, provocam fadiga ocular e dor generalizada no corpo. Estes sintomas somados ao ressecamento da lágrima sinalizam a síndrome do computador que pode reduzir a produtividade em até 20%.

Ergonomia

Nas empresas que trabalham por turnos, ressalta, é comum um mesmo equipamento ser utilizado por mais de uma pessoa. Por isso, antes de iniciar o trabalho devem ser feitos ajustes para evitar a CVS. Os principais são:

Iluminação

O especialista afirma que a iluminação da maioria das empresas é adequada para pessoas jovens. Isso porque, depois dos 40 anos, o envelhecimento ocular faz com que os músculos ciliares que sustentam o cristalino e os músculos ao redor dos olhos percam a elasticidade. É a presbiopia ou vista cansada que dificulta a focalização das imagens próximas e faz com que a fadiga visual aconteça com mais facilidade. Quem já atingiu 60 anos, ressalta, tem redução no tamanho da pupila por onde a luz penetra até a retina. Para alguns, é também nesta idade que o cristalino começa a embaçar, caracterizando  o início da catarata. Em um grupo de 620 micreiros com mais de 40 anos acompanhadas por Queiroz Neto, estas mudanças nos olhos respondem  pela incidência de CVS em 90% das pessoas nesta faixa etária. Para enxergar tão bem quanto uma pessoa de 20 anos a iluminação deve ser  até três vezes maior.

Por isso, as recomendações de iluminação para reduzir a CVS de toda a equipe são:

A partir dos 40 anos o médico ressalta que além da presbiopia podem surgir outras doenças como o glaucoma, catarata e alterações na retina. Por isso é importante consultar um oftalmologista anualmente. Em caso de prescrição de óculos,  a recomendação são as lentes com tratamento anti-reflexo para quem usar computador, tablet e smartphone.

 

Eutrópia Turazzi

LDC Comunicação

 


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Timothy Bancroft-Hinchey