O que distingue um jovem arrojado? Estudo da UC estabelece perfil do estudante empreendedor
O Estudante Empreendedor é tendencialmente do género masculino (69%), mais velho (+ de 26 anos de idade) e frequenta cursos com maiores habilitações académicas do que o estudante comum, conclui um estudo realizado pela Divisão de Inovação e Transferências do Saber da Universidade de Coimbra (UC) no âmbito do Inov C, Programa Estratégico que está a consolidar o Ecossistema de Inovação da Região Centro.
Este estudo financiado pelo QREN, no âmbito do Mais Centro - Programa Operacional Regional do Centro, envolveu 1.764 estudantes do ensino superior e foi realizado ao longo do último ano letivo, revelando também que os jovens com perfil de estudante empreendedor apresentam maior apetência para trabalhar nas férias de verão, praticar uma atividade cultural e/ou fazer parte de órgãos de gestão associativos. Mostram ainda uma maior tolerância ao risco e ao falhanço do que os estudantes comuns.
No inquérito realizado, os estudantes foram igualmente desafiados a indicar qual o português e qual a empresa portuguesa em que pensavam quando ouviam as palavras empreendedor e empreendedorismo. A Sonae é a empresa que se afirma como exemplo de empreendedorismo (20,5%), seguindo-se a EDP (7,4%).
Quanto aos "empreendedores" nacionais com mais fama junto dos estudantes, destacam-se Belmiro de Azevedo, Rui Nabeiro e, em terceiro lugar, Soares dos Santos.
Visando perceber a ambição profissional dos jovens estudantes do ensino superior, o estudo permitiu «conhecer a apetência e interesse dos estudantes das instituições de ensino superior da região Inov C para as temáticas relacionadas com empreendedorismo e inovação», afirma o coordenador do estudo, Miguel Dias Gonçalves.
O estudo realizado revela que 47% dos estudantes desejam vir a trabalhar por conta própria, tendo como principal motivação a "realização pessoal" (59%) e como maiores receios a "incerteza de rendimentos" (62%) e a atual "conjuntura económica" (61%).
Por outro lado, observou-se que os trabalhadores-estudantes demonstram menos receio na criação do próprio emprego do que a média dos estudantes, nos fatores "Insegurança de emprego", "possibilidade de enfrentar um falhanço pessoal", "possibilidade de a empresa ir à falência" e "assumir demasiada responsabilidade".
O estudo poderá ser acedido através do seguinte link: http://www.uc.pt/gats/IE3
Cristina Pinto
Universidade de Coimbra• Reitoria