O exército ucraniano nomeou o ultra-direitista Dimitri Yarosch para o cargo de conselheiro do comando militar. As milícias privadas de Yarosch são agora parte do exército e só obedecem ordens do próprio Jarosch. Assim, os extremistas de ultra-direita receberão acesso às armas norte-americanas e outras armas que chegarão até eles com financiamento dos contribuintes europeus.
Movimento interpretado como ameaça
Evidentemente, a Rússia interpretará esse movimento como ameaça.
As milícias do "setor direita" na Ucrânia estão agora muito prestigiadas, depois dessa nomeação, que aconteceu domingo, 5 de abril. O chefe das forças armadas da Ucrânia, general Viktor Muschenko, está, pois, incorporando as milícias nazistoides, de extrema direita, ao exército regular da Ucrânia. Muschenko já anunciou que o exército ucraniano tornou-se um dos mais fortes da Europa. Os soldados desse exército já deram prova de que sabem lutar. [Embora o exército regular da Ucrânia tenha-se saído muito mal nos combates até agora, essas milícias privadas sob comando de Yarosh e de seu amigo, o também nazista Andrei Biletsky, têm enfrentado de igual para igual as forças do Donbass, contra as quais estão em guerra.
Mas agora, com a experiência militar dos nazistas e de seus instrutores norte-americanos (o trabalho de treinamento dos instrutores norte-americanos começará dia 20 de abril, aniversário de Hitler), haverá novidades naquela guerra, que podem levar a resultado inesperado: é mais provável hoje, que antes, que a Rússia decida invadir a Ucrânia, sobretudo porque ambos Yarosh e Biletsky sempre sonharam com derrotar a Rússia.
O exército gostou da 'contribuição' das milícias armadas, porque "prestaram destacados serviços na defesa da Ucrânia." Muzhenko diz que "Compreendemos que temos de ampliar a eficiência do exército ucraniano em todos os níveis. No momento, consideramos várias questões, como o que fazer para constituir um exército de reserva. Já reunimos todos os patriotas defensores da Ucrânia sob comando único. O inimigo compreende nossa unidade e sabe que fracassará, se atacar. Nosso objetivo comum é uma Ucrânia unida. O exército cresce e se torna mais forte, semana a semana."
Batalhões neonazistas
Jarosch disse que essa unidade de comando e operações era pré-requisito para o sucesso nos combates vindouros. Os batalhões de voluntários neonazistas do Setor Direita querem também se integrar ao exército ucraniano pela mesma razão.
O jornal Kiev Post noticia que o Setor Direita e outras milícias neonazistas funcionarão como divisões com comando independente, dentro do exército ucraniano - e Jarosch administrará, dirigirá e comandará essas divisões.
Para a Rússia, as notícias não são boas. Até o presente, o Setor Direita tem-se recusado a aceitar os acordos de Minsk. As milícias são consideradas particularmente ideológicas e determinadas a manter os combates contra a Rússia, por todos os meios e custe o que custar. Não se sabe ainda se a integração das milícias de Jarosch ao exército regular da Ucrânia determinará alguma deriva significativa de todo o exército, para a direita.
É já altamente provável que as novas armas que os EUA entreguem na Ucrânia sejam entregues diretamente a essas milícias neonazistas. Como unidade do exército oficial, difícil, mesmo, será impedir que as armas cheguem aos neonazistas. Também é possível que os neonazistas de Jarosch também recebam armas enviadas por governos da União Europeia e pagas pelos contribuintes europeus.
Dia 20 de abril - aniversário de Hitler! - começam os exercícios de treinamento coordenados pelos EUA, para adestrar para a guerra... batalhões de neonazistas! É quase inacreditável.
Recentemente, o FMI fez novo empréstimo bilionário ao governo de Kiev. Alemanha e União Europeia também fizeram enormes empréstimos à Kiev, dinheiro cujo uso, até agora, a União Europeia não tem meios para fiscalizar. Dentre outras finalidades, esse dinheiro será usado para construir um muro de separação contra a Rússia. [Servirá como barreira terrestre, caso as forças locais do Donbass precisem de assistência do exército russo. O muro isolará os moradores do Donbass e criará condições para um massacre.]
Nem EUA nem UE nem FMI manifestaram qualquer preocupação ante a evidência de que a Ucrânia está caindo, cada dia mais, sob controle de neonazistas e de terroristas de direita.
Comentários adicionais, de Eric Zuesse
A inclusão das milícias neonazistas nas forças armadas da Ucrânia não poderia acontecer sem a aprovação prévia do governo de Obama - que é quem governa Kiev.
O governo de Kiev é absolutamente manobrado por Obama, que foi quem o pôs no poder, e conta com o Congresso dos EUA para garantir-lhe apoio financeiro.
Esse movimento equivale a uma declaração de guerra contra a Rússia, não apenas contra o Donbass - que enfrenta a invasão pelo governo golpista em Kiev, desde 9/5/2014.
Em outras palavras: já não há nem vestígio de dúvidas de que Obama quer guerra contra a Rússia. Dmitriy Yarosh é oligarca cuja principal obsessão conhecida, de sua vida inteira, sempre foi destruir a Rússia. Retomar a Crimeia e o Donbass são objetivo secundário, para ele.
Esse é o desenrolar do golpe de Obama contra a Ucrânia, em fevereiro de 2014. Tudo, aí, é um pesadelo para os russos. Agora já estão sendo mortalmente ameaçados por Obama e pelo Congresso dos EUA.
Mais cedo ou mais tarde, Putin terá de invadir Kiev - a menos que Obama faça reverter a incorporação das milícias neonazistas ao exército ucraniano. A questão passa a ser se a Rússia lançará um primeiro ataque nuclear contra os EUA ou se, em vez disso, esperará que os EUA ataquem primeiro (para atacar em sequência).
Já não há dúvidas de que Obama é o pior presidente que os EUA jamais tiveram, com certeza muito pior que George W. Bush.
Toda a confrontação que se vê hoje foi gerada e precipitada por Obama, quando ordenou o golpe contra Kiev, em fevereiro de 2014, que foi planejado na Casa Branca, já antes de Yanukovych ter rejeitado o projeto de a Ucrânia incorporar-se à UE, naqueles termos em que a incorporação foi oferecida ao país. De fato, a operação-golpe já estava em andamento na primavera de 2013, pelo menos [clique em "legendas" para legendas em inglês (NTs)]. Foi planejada um ano antes de a Crimeia, ameaçada pelo golpe de Obama de fevereiro de 2014, realizar o plebiscito de 16 de março de 2014, para ser reincorporada à Rússia.
Se Angela Merkel continuar a apoiar Obama em sua campanha de ódio aos russos, o mundo que se prepare para os tempos mais difíceis que jamais conhecemos.
A única saída que ainda poderá alterar esse curso de tragédia é Merkel declarar que passa a apoiar Putin; anunciar que a Alemanha deve desligar-se da OTAN e expulsar os soldados norte-americanos acampados em solo alemão. Se não acontecer assim, estamos já em rota para o inferno.
E, se se pensa que nada disso é absolutamente necessário do ponto de vista de qualquer interesse legítimo ou não destrutivo, e de seja lá quem for - Rússia, EUA ou UE -, vê-se que o livro de Andrew Krieg Presidential Puppetry [Presidentes-fantoches] pode ter muito mais substância e bons argumentos, do que se acredita: Krieg demonstra nesse livro que Obama trabalha como agente da CIA e da aristocracia norte-americana, e desde muito cedo na juventude. Se em 2013, quando surgiu o livro, a ideia já impressionou muita gente, hoje se mostra ainda mais forte.
A questão agora é Merkel: será ela também mais uma neonazi em ação? Será possível que a Alemanha esteja realmente voltando àquilo?! Dessa vez, o alvo primário serão russos, não judeus, mas as consequências serão ainda mais terríveis do que da outra vez. *****
6/4/2015, de German Economic News, trad. e comentado por Eric Zuesse
http://deutsche-wirtschafts-nachrichten.de/2015/04/06/ukraine-rechtsextremist-jarosch-wird-berater-der-armee-fuehrung/
Ver também: http://port.pravda.ru/photo/album/3618/