As integrantes da banda punk Pussy Riot foram condenadas a dois anos de prisão por vandalismo motivado por ódio religioso. De acordo com Levada Center mais de metade da população da Rússia (57 por cento) tem assistido ao julgamento. Seu respeito ao grupo declararam menos de um por cento dos entrevistados.
A Justiça determinou nesta sexta-feira (17) que três membros da banda punk Pussy Riot envolvidos em fevereiro em um escândalo na principal catedral em Moscou são culpados por "hooliganismo" e "grave violação da ordem pública".
As ações da banda não foram identificadas como políticas, de que havia insistido a defesa. As três jovens- Nadezhda Tolokónnikova, Maria Aliójina e Ekaterina Samutsevich-foram condenadas a dois anos de colônia de regime semi-aberto , desconsiderando o período que têm passado na prição sob custódia desde março.
O Supremo Concílio da Igreja Ortodoxa Russa informou que, sem dúvida, reconhece a legitimidade da decisão, e ressaltou que havia atingido as autoridades pedindo para mostrarem misericórdia para com as da Pussy Riot. Segundo a legislação russa, a defesa terá 10 dias para apresentar recurso. "Há maneiras legítimas para impugnar a decisão", confirmou Dmitri Peskov, o porta-voz do presidente russo Vladimir Putin. Ao mesmo tempo, não ele, nem o presidente tem planos para discutir a decisão do Tribunal e impor a sua opinião, disse Peskov e lembrou que Putin já havia manifestado sua posição pessoal sobre o caso.
No início de agosto, o presidente russo disse que as jovens não devem ser julgados "severamente". "Espero que o tribunal determina um julgamento adequado e fundamentado", disse. Desde o início, o caso causou comoção na sociedade.
Em fevereiro, cinco elementos da banda Pussy Riot encenaram uma "oração punk" na Catedral do Cristo Salvador. Acompanhadas por ruidosos guitarristas e com as caras tapadas com passa-montanhas coloridos, pediram aos gritos à Virgem Maria para que livre a Rússia de Putin. Numa actuação que foi filmada e está disponível no You Tube, vê-se as raparigas a ajoelhar-se e a fazer sinais da cruz, e a ruidosa "oração" é entrecortada por uma melodia que se assemelha a um canto religioso. O suficiente para chocar muitos crentes.
De acordo com o centro da pesquisa "Levada Center," mais de metade da população da Rússia (57 por cento) assistiu ao julgamento. No entanto, outro 39 por cento dos entrevistados dizem que este tema não lhes é de interesse. Um terço dos entrevistados acreditam que a ação da banda Pussy Riot foi dirigida contra a Igreja e seu envolvimento na política. 13 por cento, que foi dirigida contra Putin. No entanto, 36 por cento dos entrevistados não souberam responder a questão sobre o objetivo da ação.
A maioria dos entrevistados (44 por cento) é da opinião de que o julgamento era "objectivo e imparcial." 17 por cento pensam o contrário. Outro 39 por cento acham difícil expressar sua posição.
Seu respeito para o grupo expressaram menos de um por cento dos entrevistados. Seis por cento dizem que simpatizam com as jovens, as três de menos de 25 anos de idade. A indiferença mostra 20 por cento dos entevistados. A pesquisa foi realizada entre 10-13 de agosto, 1.600 pessoas em 45 regiões russas.
No julgamento a promotoria pediu três anos de prisão para cada uma deles, enfatizando que o local da crime — a Catedral, é um símbolo de fé para os cidadãos e que seu desempenho foi "um insulto e um sacrilégio para os ortodoxos." Ao contrário, desde o início as réus têm dito que não queriam ferir os sentimentos dos fiéis e ação tinha caráter político, mas admitiram terem cometido "um erro ético". Sua defesa insistiu que não tivesse sido um ato criminoso e pediu uma sanção administrativa.
Processo judicial tornou-se polêmico com intensos debates on-line e eventos públicos, tanto por parte de apoiadores da banda, que exigiram a sua libertação, como seus críticos a insistirem na inadmissibilidade de tal comportamento e na necessidade de uma punição severa para as meninas. Durante a campanha de apoio três musicas até momento completamente desconhecidas na Rússia, receberam o apoio dos intelectuais e políticos russos, incluindo o ex-presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev. Também se juntaram as celebridades europeus e americanos, incluindo Madonna, Sting, Paul McCartney, Yoko Ono, Stephen Fry, Danny DeVito, Vermelho Hot Chili Peppers, Franz Ferdinand e outras…
Iniciada como a campanha interna, transformou-se na internacional com meta de minar a posição da Igreja Ortodoxa na Rússia e presidente Putin. A imprensa russa destaca como investidores do processo tais nomes como o de Boris Berezovsky, lembrando-se da sua mensagem escrita critica ao Patriarca. É possível que Berezovsky neste caso tenha agido como um mediador. No entanto, não está hoje em condições para dirigir e financiar o tremendo trabalho com as estrelas do mundo da música, os políticos, etc., personalidades bem conhecidas, de modo que eles sejam a favor de um grupo completamente desconhecido para eles .