Pussy Riot no coração de Moscou choca a Rússia

O grupo "punk—feminista" Pussy Riot provocou enorme escândalo e polêmica na Rússia após ter dado uma "manifestação de protesto" na Catedral de Cristo Salvador em Moscou. A performance intitulada "Virgem Maria, expulsa o Putin" resultou na detenção de já três integrantes entre as cinco que haviam participado da "oração punk". Dia 14 de março um tribunal de Moscou prolongou a prisão preventiva delas até 24 de abril.

A maioria dos russos acredita que as meninas devem ser punidos moralmente e legalmente. Mas há quem diga que a Igreja e a Justiça devem mostrar misericórdia para com elas. Enquanto isso, "as amotinadas" não são ingénuas e já haviam mostrado em várias acões as suas verdadeiras cores.

A chefe da Moscow Helsinki Group, Lyudmila Alekseeva, apelou a Igreja Ortodoxa Russa a não tomar uma posição rígida contra as jovens da banda Pussy Riot. "Eu não gosto de que as meninas da banda fazem, concordo que elas não deviam ter invadido a igreja. No entanto, a punição deveria ser adequada. Elas devem ser julgadas de acordo com a lei … Só deste modo. Estou preocupada com o nosso tribunal que poderá punir essas meninas de jeito inadequado, com punição severa ", disse Alekseeva à Interfax.

Parece que a Sra. Alekseeva segue a definição da democracia formulada por Nikolai Berdyaev, um filósofo russo religioso e político. Segundo ele, a "democracia permanece indiferente ao bem e ao mal. Democracia é tolerante, pois é indiferente, porque perdeu sua fé na verdade, é incapaz de escolher a verdade. Democracia é uma coisa cética, apareceu durante um século cético, um século de incredulidade, quando as nações haviam perdido os critérios sólidos de verdade. Democracia é o relativismo extremo, é uma rejeição de tudo o que é absoluto", escreveu .

Mas as pessoas normais acreditam que as integrantes do grupo devem ser "açoitadas" publicamente. A blogosfera russa promete fazé-lo logo após que elas estiverem soltas. Claro que é uma afirmação puramente emocional, mas deve ser levada a sério.

As cinco integrantes do grupo "punk- feminista" Pussy Riot realizaram uma acção "política" na Catedral de Cristo Salvador em 21 de fevereiro, chamando-a de "punk- oração sobre livramento de Putin". Colocaram máscaras e começaram a dançar e cantar perto do altar, gritando palavrões. Clique aqui para assistir ao vídeo no YouTube.

Na música eles apelam à Virgem Maria para que " se torne  feminista" e "livre o país de Putin". Autoridades policiais abriram um processo criminal em conformidade com a parte 2 do artigo 213 do Código Penal da Federação Russa que fala do "vandalismo". O artigo estipula uma pena de prisão até sete anos.

A advogada das garotas, Violetta Volkova, foi tentando convencer o público que a Justiça não tinha absolutamente nenhuma razão para iniciar um processo criminal em conexão com o desempenho da banda na Catedral de Cristo Salvador.

Posteriormente apareceram os ativistas liberais, dizendo que não se deve punir as mulheres que se apresentam como "a vagina amotinando". Eles, particularmente, afirmam que algumas das integrantes da banda têm crianças, por isso uma punição rigorosa iria arruinar a vida delas.

Uma das "amotinadas", Nadezhda Tolokonnikova tem uma filha de quatro anos de idade, de fato. No entanto, a mulher era uma dos participantes da acção notória realizada em 29 de fevereiro de 2008 no Museu Biológico de Moscou. Então, uma turma de pessoas, representando o coletivo Grupo de Arte Voina (Guerra), organizou uma orgia sexual no museu. Tolokonnikova foi filmada fazendo sexo em público a estar grávida de nove meses. As fotos infames ainda podem ser encontradas na Internet russa. Ela deu à luz seu bebê quatro dias após a ação.

Os adeptos da punição leve(até fieis ortodoxos) admitem o grupo ter cometido um ato de vandalismo. No entanto, acreditam que as mulheres não devem ser punidas com pena de prisão pelo que fizeram. Isso poderia ter lugar, mas só depois de elas se terem arrependido, o que não estamos vendo.

Mas o mais chocante é como a mídia ocidental apresenta o crime. "A Pussy Riot é um sinal de mudança aprovado pelos críticos musicais. Há pouco tempo as bandas femininas apenas elogiavam o primeiro-ministro russo", escreve BBC. "A banda fez protesto contra a igreja Ortodoxa Russa, que apoia Putin", acredita The Guardian. Os senhores não entendem que a Rússia não é o Ocidente e vive de outro jeito, a Rússia é um país com tradições, onde os sentimentos religiosos são respeitados.

Estes dias revelou-se que Pussy Riot havia realizado uma simulação da "manifestação" na redação russa da BBC em Moscou. Mas contrariamente às expectativas daqules srs que odeiam Putin, o protesto estúpido não foi avaliado pela sociedade russa de um show de propaganda conta ele, porém como um crime contra ela mesma.


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Lulko Luba