"Queres a paz, então, prepara-te para a guerra". Este é o lema defendido por candidato presidencial, agora primeiro-ministro, Vladimir Putin, no artigo intitulado "Ser forte: é a garantia de segurança nacional da Rússia" , publicado dia 20 de fevereiro no jornal Rossiyskaya Gazeta. A publicação é dedicada a questões de defesa e do complexo industrial militar russo.
O primeiro-ministro escreve a palavra "Exército" exclusivamente com letra maiúscula, o que não é norma padrão da idioma russa, assim reconhecendo sua contribuição para a manutenção da integridade do Estado. Putin promete que para reforma do Exército russo nos próximos 10 anos sejam enviados 23 trilhões de rublos(590 bilhões de euros, ou 773 bilhões de dólares). "Nós temos de implementar um programa inédito de desenvolvimento e modernização das Forças Armadas e do complexo militar-industrial da Rússia. No total, durante a próxima década para essa finalidade é alocado cerca de 23 trilhões de rublos", diz Putin.
"Temos que construir um novo Exército. Moderno, capaz de ser mobilizado a qualquer momento", escreve, considerando que o Exército russo foi deixado de lado nos anos 1990 "no momento em que outros países aumentavam constantemente suas capacidades militares". Portanto, esse programa de rearmamento e modernização não é uma corrida de armamento, mas um plano para chegar ao nível dos outros.
"Temos que superar completamente este atraso. Retomar um status de líder em todas as tecnologias militares", destaca, citando o terreno espacial, a guerra no "ciberespaço", assim como as armas do futuro com efeito "geofísico, por raios, ondas, genes, psicofísico". Assim, acredita Putin, o papel do equilíbrio estratégico de forças nucleares para dissuadir agressão e caos no planeta irá diminuir gradualmente. Então, deve-se tomar medidas institucionais para construção de forças armadas capazes de resposta rápida e eficaz aos novos desafios".
Putin pretende colocar o complexo militar-industrial no centro do desenvolvimento do país. "A renovação do complexo militar industrial se converterá em uma locomotiva para o desenvolvimento dos mais diversos setores. Pretende-se que o renascimento do complexo militar-industrial seja um jugo para a economia, um peso insuperável que em seu tempo teria arruinado a URSS", comentou. "Estou convencido de que isto é um profundo erro", conta Putin que está fazendo esforços para construir uma nova União — agora Euroasiática no espaço pós- soviético.
Retomou também a acusação contra os Estados Unidos sem nomeá-los. "Em termos de turbulência económica global", segundo ele, existe a tentação de "resolver os seus problemas à custa dos outros, pela força da pressão", salienta Putin, destacando que em relação à Rússia tais oportunidades não devem aparecer, nem hipoteticamente. "Isso significa que não devemos os seduzir com nossas fraquezas", diz o primeiro-ministro. Putin anunciou o "renascimento" da Marinha russa, em particular no Extremo Oriente e no Grande Norte.
"Nos próximos dez anos, as tropas receberão mais de 400 mísseis balísticos intercontinentais modernos com base terrestre e marítima, 8 submarinos estratégicos, cerca de 20 submarinos multifuncionais, mais de 50 navios de guerra, cerca de 100 aparelhos espaciais militares", escreve o candidato a presidente.
Além disso, promete "mais de 600 aviões modernos, incluindo caças de quinta geração, mais de mil helicópteros, 28 sistemas de defesa antiaérea S-400, 38 complexos de defesa antiaérea Vitiaz, 10 sistemas de lança-mísseis Iskander-M, mais de 2300 tanques modernos, cerca de 2000 peças de artilharia, bem como mais de 17 mil veículos militares".
Punin tem certa razão, quando a Rússia sofria os ataques terroristas na Chechênia o que depois levou à guerra civil, o Ocidente estava-a condenando, mas para atuar de maneira como agiu na Líbia, nunca teria ousado.