A tomada dessa estratégica base naval em 1942, durante a II Guerra Mundial, custou ao Exército alemão 170.000 baixas e um cerco de dez meses. Liberada pelo Exército soviético em 1944, Stálin procedeu ali a uma limpeza étnica, deportando seus primitivos povoadores tártaros para a Ásia Central, com os armênios, búlgaros e gregos que habitavam a Crimeia, mudando a sua denominação de República Socialista Soviética pela de Oblast (província) da Federação Russa. Fotos
A entrega da estratégica península da Crimeia (do tártaro Qirim) à Ucrânia ocorre por decisão do Soviete Supremo, em 19 de fevereiro de 1954, sendo primeiro secretário do Partido Comunista da União Soviética Nikita Kruschev.
Em maio de 1997, em troca do reconhecimento das novas fronteiras, Moscou ficou com 80% da frota do Mar Negro e um acordo para conservar a base naval de Sebastopol por 20 anos, até 2017, além de outras 77 instalações que incluíam o farol de cabo Sarych.
Com a maioria da população formada por russos, a República da Crimeia e Sevastopol, cidade com estatuto especial dentro da península, recusaram-se a reconhecer a legitimidade das autoridades que subiram ao poder em Kiev em fevereiro de 2014, em meio aos tumultos que levaram a um golpe de Estado no país.
Assim, as duas regiões adotaram declarações de independência em 11 de março do ano passado e realizaram um referendo cinco dias depois, quando 96,77% dos habitantes da Crimeia e 95,6% dos eleitores de Sevastopol decidiram se separar da Ucrânia para voltar a integrar a Federação Russa. O presidente russo, Vladimir Putin, assinou os acordos de reunificação em 18 de março.
No final do ano passado, ministro da Defesa Serguei Shoigu anunciou que um grupo de forças autossuficientes havia sido estabelecido na Crimeia. Mais tarde, o enviado presidencial russo no distrito, Oleg Belaventsev, disse que a península seria transformada em "uma fortaleza inexpugnável".
O Ministério da Defesa disse que este ano a referida frota vai receber duas fragatas do Projeto 1135.6 – o Almirante Grigorovich e o Almirante Essen, além de dois navios de mísseis de pequeno porte – o Zeleny Dol e o Serpukhov. Além disso, a frota será fortalecida com dois submarinos diesel-elétricos – o Novorossiysk e o Rostov-no-Don, que já foram entregues à Marinha.