Médicos esclarecem dúvidas sobre o coronavírus
Entidade nacional de médicos infectologistas divulgou documento com esclarecimentos sobre a doença e afirma que não há motivos para pânico.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI ) atualizou nesta sexta-feira (24) um documento com informações sobre os coronavírus (CoV). O texto tem perguntas e respostas para profissionais de saúde e para o público em geral. Eis a íntegra.
De acordo com a publicação, os coronavírus são conhecidos desde meados da década de 1960. "Podem causar desde um resfriado comum até síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave [Sars], [...] e a síndrome respiratória do Oriente Médio [Mers]", diz o texto.
O novo coronavírus, que atinge principalmente a China, é uma variante que até então não tinha sido identificada em humanos. Até então, existiam só seis cepas conhecidas capazes de infectar pessoas. A origem do surto atual ainda não está elucidada.
A entidade médica afirma acreditar que "a fonte primária do vírus seja em um mercado de frutos do mar e animais vivos em Wuhan", capital da província de Hubei. A identificação foi feita depois de notificações de casos de pneumonia de causa desconhecida de dezembro de 2019 a janeiro deste ano, diagnosticados em Wuhan.
"Centenas de casos já foram detectados na China. Outros casos importados foram registrados na Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Vietnã, Cingapura, Arábia Saudita e Estados Unidos da América; todos estiveram em Wuhan", diz o texto.
A publicação médica ainda esclarece outras eventuais dúvidas sobre o surto. Afirma que "não há medicamento específico" para tratamento da doença. Indica como tratamento "repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos".
"Nos casos de maior gravidade com pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo ventilação mecânica podem ser necessários", acrescenta o texto, que também diz não haver vacina para prevenção da infecção.
O texto informa que, até o momento, a OMS (Organização Mundial da Saúde) não recomendou restrição de viagens à China. O documento ainda fala que "não há casos suspeitos ou confirmados" no Brasil.
Para "casos suspeitos", a associação define "febre acompanhada de sintomas respiratórios, além de atender a uma das duas seguintes situações: ter viajado nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas para área de transmissão local (cidade de Wuhan) ou ter tido contato próximo com um caso suspeito ou confirmado."
O risco para uma epidemia global não foi descartado, embora não haja "motivo para pânico neste momento" segundo o documento. Isso porque há "número limitado e localizado de casos e pelas medidas que já estão sendo tomadas para que o surto não se espalhe."
China suspense viagens turísticas
A China, por exemplo, anunciou neste sábado (25) a suspensão de excursões turísticas no país e ao exterior. É um esforço para tentar conter a expansão do surto, que já deixou 56 mortos. De acordo com o último balanço da Comissão Nacional de Saúde chinesa, foram registrados no país 1.372 casos da doença.
De acordo com a emissora estatal chinesa CCTV, a Associação de Turismo da China suspendeu já na sexta-feira (24) as viagens em grupo pelo país. A partir de segunda-feira (27), todas as excursões para o exterior partindo da China serão canceladas.
O que se sabe até agora
O Poder360 preparou um infográfico a respeito do que se sabe sobre o novo coronavírus.
https://vermelho.org.br/2020/01/26/medicos-esclarecem-duvidas-sobre-o-coronavirus/