Médicos alertam que Assange pode morrer na prisão
Londres, 25 de novembro (Prensa Latina) Médicos de diferentes países alertaram hoje as autoridades britânicas que o fundador do Wikileaks, Julian Assange, poderia morrer na prisão, onde espera um julgamento por extradição para os Estados Unidos.
Escrevemos esta carta aberta para expressar nossas sérias preocupações com a saúde mental e física de Julian Assange, explica o documento endereçado ao ministro do Interior do Reino Unido, Priti Patel, e sua contraparte no Parlamento, a vice-trabalhadora Diane Abbott.
Na carta, os mais de 60 médicos da Itália, Reino Unido, Alemanha, Suécia e Austrália fazem um relato cronológico dos incidentes relatados pelos especialistas que visitaram o jornalista australiano durante os sete anos em que ele foi refugiado na embaixada do Equador em Londres e depois na prisão de Belmarsh, em Londres, onde está trancado desde abril do ano passado.
A partir das evidências disponíveis, realmente tememos que Assange possa morrer na prisão, se ele não for examinado e tratado com urgência, acrescentaram os signatários da carta, depois de enfatizar que 'não há tempo a perder'.
Os médicos destacam em particular o relatório publicado pelo relator especial das Nações Unidas para a Tortura, Nils Merzer, no início deste mês, depois de visitar o ciberativista na prisão de Belmarsh.
Em sua avaliação, o funcionário da ONU alertou sobre as 'condições opressivas de isolamento e vigilância' nas quais Assange está, e considerou que, a menos que o Reino Unido faça algo para mudar essa situação desumana, sua exposição contínua a abusos e arbitrariedade pode custar sua vida.
O fundador do Wikileaks está preso na prisão de Londres desde que o Equador retirou o asilo político concedido em 2012 e o entregou à justiça britânica, que por sua vez o sentenciou a 50 semanas de prisão por violar um vínculo relacionado a uma investigação. das autoridades suecas por supostos crimes sexuais que já foram demitidos por falta de provas.
Embora Assange seja elegível desde setembro do ano passado para a liberdade condicional, o Tribunal de Magistrados de Westminster determinou que o jornalista deve esperar na prisão pela decisão da justiça britânica sobre o pedido de extradição apresentado pelos Estados Unidos.
O julgamento está marcado para o final de fevereiro do próximo ano e, se entregue aos promotores dos EUA, o fundador do Wikileaks poderá ser condenado a 170 anos de prisão por revelar centenas de milhares de documentos secretos de diplomacia e militares dos EUA.
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Foto: Por Julian Assange & Martina Haris - http://iq.org/j-big.jpg, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=10638912