O FSDEA estabelece cinco Fundos de Investimento Abertos, focalizando o desenvolvimento económico e social de Angola e da África Subsaariana - O FSDEA comunica ainda o estabelecimento de um veículo comercial para a criação de incubadoras de micro-negócios para os empreendedores nacionais
Luanda, 13 de Abril de 2015 - O FSDEA anunciou a constituição de cinco fundos adicionais de investimento dedicados às indústrias de alto rendimento e à promoção do desenvolvimento socioeconómico de Angola e da região Subsaariana. Com um volume de investimento inicial que totalizará os USD 1,4 biliões ao longo dos próximos três a cinco anos, estes veículos dedicar-se-ão a investimentos de capital de risco nos ramos da mineração, madeira, agricultura, saúde e para capital estruturado através de um fundo mezanino. O Fundo anunciou também o estabelecimento de uma sociedade comercial centrada na criação de incubadoras de micro-negócios para os empreendedores nacionais.
José Filomeno dos Santos, PCA do FSDEA, refere que "Os novos ramos abrangidos pelo investimento do Fundo Soberano de Angola representam sectores de elevado potencial e sustentabilidade, com vários benefícios não financeiros, tais como a geração de novos empregos e a formação profissional. Na sequência da estratégia de preservação de capital implementada inicialmente pelo Fundo desde Janeiro de 2014, estas novas alocações vão promover o desenvolvimento socioeconómico e gerar receitas para as gerações vindouras."
"Dado o difícil contexto fiscal que vivemos", acrescenta Dos Santos, "estes investimentos são extremamente oportunos porque permitem alavancar o desenvolvimento económico necessário para diminuir a dependência do Estado nas receitas provenientes do petróleo bruto".
Com os vastos depósitos minerais de África a apresentarem um potencial importante para as empresas de exploração mineira, o Fundo de Investimento de Capital de Risco em Minas investirá USD 250 milhões neste ramo, ao longo dos próximos cinco anos. Com foco na África Subsaariana e principalmente em Angola, que em si é detentora de um dos subsolos mais ricos da região, considerará oportunidades de investimento nas várias fases da mineração, desde a exploração à modernização e expansão.
O Fundo de Investimento de Capital de Risco para a Madeira do FSDEA investirá USD 250 milhões em investimentos na exploração da madeira ao longo dos próximos cinco anos. Os investimentos nos recursos florestais são fundamentais para a promoção do desenvolvimento rural, trazendo a estabilidade necessária e os empregos para as suas carentes comunidades. Os projectos florestais são também uma base sólida para a transformação de comunidades marginais em comunidades prósperas na zona rural.
A agricultura e os agro-negócios são um ramo fundamental no continente porque empregam a maior fatia de força de trabalho activa e representam quase metade do PIB. No entanto, as ineficiências técnicas neste ramo penalizam a produção da região Subsaariana. As receitas provenientes da agricultura no continente poderiam ser elevadas mediante investimentos na implementação das técnicas agrícolas mais modernas. O Fundo de Investimento Capital de Risco para a Agricultura, constituído pelo FSDEA alocou USD 250 milhões para o ramo da agricultura para capitalizar este sector, que se encontra já em franco crescimento. Em última análise, a referida alocação também contribui para apoiar os objectivos sociais, como o emprego nas zonas rurais e a segurança alimentar.
O investimento no ramo da saúde é fundamental para o crescimento sustentável do continente. Por este motivo, o Fundo de Investimento de Capital de Risco para a Saúde investirá USD 400 milhões ao longo dos próximos três anos na saúde. O fundo vai focar-se nos países com o maior potencial de retorno e apoio governamental a saúde, como Angola, Camarões, Gana, Quénia, Moçambique, Nigéria e África do Sul.
Por último, o Fundo de Investimento de Capital Mezzanino do FSDEA vai apoiar o empreendedorismo onde o financiamento através da dívida tradicional não seja aplicável, alocando USD 250 milhões ao longo dos próximos cinco anos nesta actividade. A estruturação de capital mezaninos visa atender às necessidades dos sectores predominantemente conduzidos pelo empreendedorismo, um elemento crítico que guia a prosperidade de uma nação.
Para apoio aos empreendedores nacionais foi também recentemente estabelecida uma sociedade comercial que terá como alvo os micro-empresários nacionais. Este investimento almeja providenciar orientação de gestão, desde a estratégia do negócio ao sucesso comercial. A iniciativa destina-se aos empreendedores nacionais que laboram no sector informal, onde normalmente não existe acesso a aconselhamento e investimento privado. Este compromisso representa a primeira iniciativa de integração social no País, que se realiza sob forma de um empreendimento comercial sustentável.
"A alocação de capital a estes cinco novos fundos de investimento enquadra-se na política de investimento do FSDEA, que visa para apoiar estrategicamente ramos da actividade económica nacionais que permanecem isolados da volatilidade dos mercados financeiros internacionais e fornecem retornos sustentáveis de alto rendimento a longo prazo. Ao divulgar continuamente as actividades trimestrais e a estratégia de actuação eleita, continuamos a reafirmar o compromisso do Fundo com a transparência e responsabilização perante o Estado e aos cidadãos nacionais. Ficamos confortados, pelo facto deste compromisso do Executivo ter sido reconhecido através da elevada classificação obtida pelo FSDEA no Índice de Transparência Linaburg-Maduell, recentemente", conclui Dos Santos.
Os cinco fundos de investimento recentemente anunciados somam-se aos dois fundos já existentes, divulgados no terceiro trimestre de 2014; nomeadamente, o Fundo de USD 1,1 biliões, dedicado à Infra-estrutura, que investe em PPPs, privatizações e grandes desenvolvimentos industriais, e o Fundo Hoteleiro de USD 500 milhões, preencher a lacuna significativa da capacidade de gestão hoteleira com padrões internacionais na região. Os fundos estabelecidos pelo FSDEA são dedicados a estratégias de co-investimento específicas na região Subsaariana, com um forte foco reforçado no País, que está prestes a estabelecer um sector de serviços financeiros regulamentado a nível nacional.
No total, estas sete novas entidades consistem em sociedades de responsabilidade limitada, estabelecidas com eficiência fiscal e certificadas pela Comissão de Serviços Financeiros (FSC, Financial Services Commission) da República das Maurícias. A FSC licencia, regula, controla e supervisiona o exercício de actividades empresariais no sector dos serviços financeiros não bancário, através um quadro jurídico aceite internacionalmente, que inclui a Lei dos Serviços Financeiros, a Lei de Títulos e a Lei do Seguro.
Sobre o Fundo Soberano de Angola
O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) é um Fundo Soberano pertencente integralmente ao Estado da República de Angola. O Fundo foi criado de acordo com as normas internacionais de governação e diversificará gradualmente a sua carteira de investimentos através de alocações de capital a vários sectores e classes de activos, de acordo com a sua política de investimento. Ao privilegiar investimentos financeiros de longo prazo, o Fundo desempenhará uma função importante na promoção do desenvolvimento social e económico de Angola e na geração de reservas para os cidadãos angolanos.
Site: www.fundosoberano.ao