SÃO PAULO/BRASIL - O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, disse que o Brasil nunca vivenciou um ano eleitoral em que a expectativa é de recessão econômica. "A situação está difícil, crítica. A esperança era de que a economia estivesse mais aquecida, mas temos um risco iminente de desemprego e falta de perspectiva dos negócios", disse o executivo, na abertura do Congresso do Aço, em São Paulo.
Por ANTONIO CARLOS LACERDA
Segundo Steinbruch, a percepção é que o Brasil ainda tem "margem para piorar". Ele afirmou que o Brasil precisa fazer algo "muito diferente", já que o País está chegando a um limite. "Medidas paliativas não adiantam. Eu só acredito em uma solução se houver algo muito diferente para solucionar nossos problemas. Só algo agressivo para arrumar essas distorções", afirmou o líder empresarial.
A preocupação é ainda maior, porque, segundo Steinbruch, a percepção é de que o Brasil possui "muita margem para piorar". "As medidas são urgentes", disse, destacando a elevada taxa de juros no País. "O custo Brasil não permite competir. Só louco investe no Brasil", enfatizou o empresário presidente da CSN e FIESP.
O executivo disse ainda que percebe um grande distanciamento do governo federal em relação aos problemas que vêm sendo enfrentados pela indústria. "Falta comunicação, nossa dificuldade não chega a Brasília", disse, ao exemplificar que os problemas da indústria automotiva são antigos e estão afetando toda a cadeia.
Benjamin Steinbruch disse também que é difícil encontrar alguém otimista no curtíssimo prazo, e há notícias de que grandes empresas já estão demitindo e reduzindo a capacidade de produção. O empresário disse, por outro lado, que a indústria brasileira é rápida e responderá assim que forem vistos sinais mais positivos em relação ao andamento da economia.
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU