Bolívia acusa EUA de orquestrarem pouso forçado do avião de Morales
Evo Morales atende a imprensa no aeroporto internacional de Viena ao lado do presidente austríaco, Heinz Fischer (Efe) Bolívia acusa EUA de orquestrarem pouso forçado do avião de MoralesVice-presidente e ministro da Defesa bolivianos disseram que proibições ao voo de Evo foram orientadas pelos EUA
O vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, indicou que, para La Paz, os Estados Unidos orquestraram pouso forçado do presidente Evo Morales em Viena, Áustria. "Este obstáculo na viagem de Evo foi instruída pelo governo dos EUA, que teme um camponês, um indígena, um homem honesto que defende a soberania de nossa pátria. É uma afronta a todos os bolivianos", disse o presidente interino. O ministro da Defesa da Bolívia, Rubén Saavedra, que estava no avião com Morales, também acusou o governo dos EUA de estar por trás da proibição.
"Isto foi orquestrado, arranjado pelo Departamento de Estado norte-americano, que, utilizando alguns países europeus, provocou esta situação, com a suspeita que no avião presidencial estivesse o senhor Snowden", disse Saavedra em Viena. Por outro lado, o ministro confirmou que a Itália negou ao avião boliviano o sobrevoo de seu espaço aéreo, enquanto a Espanha deu seu sinal verde e a França revogou sua proibição inicial.
O responsável de Defesa se referia aos rumores que o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, que se encontra na área de trânsito do aeroporto de Moscou há nove dias, estivesse a bordo do avião oficial do presidente da Bolívia, algo que tanto Morales como o próprio Saavedra desmentiram categoricamente.
"O que queremos é denunciar a atitude abusiva, prepotente e discriminatória das autoridades do governo da França, especialmente, e também de Portugal, que não permitiram que o avião presidencial do Estado boliviano pudesse cumprir seu itinerário", declarou Saavedra.
Sequestrado
García Linera ressaltou que Morales "foi sequestrado pelo imperialismo e está retido na Europa". O vice-presidente boliviano afirmou que "não pode haver impunidade com esta tentativa de colonialismo" e que Morales "não é nenhum delinquente". "Não vamos aceitar chantagens nem nenhum tipo de condicionamento", disse, em referência a "alguns países" que teriam condicionado a passagem do avião presidencial a uma revista.
O governo da Bolívia convocou "os povos e governos progressistas da América Latina a se manifestarem" porque a "América Latina está sendo pisoteada". "Colocaram em risco a vida de nosso presidente. Hoje a Bolívia é Evo Morales", acrescentou García Linera.
Opera Mundi