Exposição de escultura "Paisagem Interior"

Dia 16 de Novembro de 2012,

18h30 no Teatro José Lúcio, em Leiria, Portugal

Filipe Curado (Leiria, 1978) é um escultor autodidata. A arte de modelar a pedra teve início em 1996. Em Janeiro de 1998 expõe pela primeira vez, com a apresentação de um conjunto de esculturas na Galeria Capitel em Leiria. A sua obra encontra-se representada em Portugal e no estrangeiro, em coleções de privados e de instituições públicas. Esta mostra escultórica é agora apresentada no Teatro José Lúcio, em Leiria, onde utiliza o granito e o xisto, mas maioritariamente o mármore de Vila Viçosa.

Representa uma viagem por entre diversos lugares que, por vezes, nos parecem familiares. Uma estrada longa e interminável, sinuosa e ziguezagueante de uma viagem interior aos labirintos que constituem a verdadeira dimensão humana. Por vezes, Curado explora o seu lado nómada, amante do fluxo, das deslocações, outras vezes demonstra ser apaixonado pela imobilidade. Como nos sugere Michel Onfray, somos viajantes, giróvagos, errantes, em oposição aos empedernidos e petrificados. Mas estas duas formas de estar por vezes coexistem e constituem a nossa individualidade.

Curado inspirou-se nos últimos anos na temática sobre a mãe-natureza e nos elementos terra, patentes em algumas esculturas apresentadas aqui, mas esta exposição "Paisagem Interior" testemunha já uma outra faceta na evolução do artista, um momento de viragem. Ao escolher a obra "A caixa" como elemento central desta mostra patenteia um apelo mais conceptual. A "caixa" apresenta-se como uma confidência de luta sobre a existência. Entre aberta, esta caixa revela-nos histórias infindáveis de encontros e desencontros, de aprendizagens, de segredos, de desabafos, de cartas, de desenhos, de postais, de fotografias, de emails. A partir desta caixa, sonhamos um lugar que se esconde e se revela, de estarmos incansavelmente connosco próprios de sentirmos e escutarmos, de olharmos e vermos, de tocarmos e de degustarmos. A viagem embala-nos e salva-nos, mas nada é tao eterno como pensamos.

A empresa Solubema apoiou e possibilitou esta exposição com o mármore da Herdade da Vigária. A Camara Municipal de Leiria abraçou a receção destas esculturas no Teatro José Lúcio, permitindo que o exemplo de um artista como Curado se possa afirmar cada vez mais como alguém que em cada mostra revela a sua maturidade e uma imensa mestria técnica.

 

Autora do texto: Prof. Doutora Genoveva Oliveira

 

 

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