Os Aienados
Fico olhando as fotos das pessoas que participam dessas passeatas em apoio ao Bolsonaro e à ditadura, como as domingo passado no Parcão, em Porto Alegre, procurando encontrar um traço físico que identifique nelas uma anomalia mental.
Aparentemente são pessoas normais, comuns,que talvez sejam até incapazes de fazer mal a uma mosca, como se dizia no passado.
Devem ser bons pais, boas mães, bons filhos.
O que as impele a essa cruzada obscurantista, onde se louva a ignorância e se pede pela volta de um Estado violento como foi durante a ditadura?
Dizer que eles são contra a corrupção é apenas repetir um mantra que essas hordas de fantasiados de verde amarelo nem sabe o significado. Todos são, em princípio, contra a corrupção dos outros, possivelmente até os corruptos.
Apesar de gritarem slogans de cunho político, são pessoas profundamente apolíticas.
Dizem defender o Brasil, se apossam dos símbolos nacionais, principalmente a bandeira, mas no fundo têm horror da condição de brasileiros.
O sonho que têm, é de terem nascido americanos, preferencialmente em Miami.
Se chamam João e Maria, mas gostariam que fosse John e Mary.
Afinal, são uns pobres diabos que só existem porque a mídia dá espaço a eles, quase sempre com uma pretensa imparcialidade (leiam nos jornais locais a cobertura do que aconteceu em Porto Alegre), quando deviam ter estigmatizados como descendentes diretos das hordas nazistas, que cobriram o nosso século de horror e violência contra os melhores valores humanistas.
Marino Boeira é jornalista formado em História pela UFRGS