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Raoni divulga carta com pedido de ação ao G7 pela Amazônia

Raoni divulga carta com pedido de ação ao G7 pela Amazônia

Raoni divulga carta com pedido de ação ao G7 pela Amazônia

Encontro entre líder indígena brasileiro e presidente francês ocorreu em Biarritz, na França

O líder kayapó Raoni Metuktire entregou nesta segunda-feira (26) ao presidente da França, Emmanuel Macron, uma declaração conjunta de 58 organizações da sociedade civil brasileira, entre elas o ISA, e parceiros internacionais que atribui a crise das queimadas na Amazônia, em grande medida, ao desmonte da política ambiental pelo governo Jair Bolsonaro. O documento também pede que os países do G7 garantam mecanismos efetivos para evitar a importação de commodities brasileiras produzidas em áreas de desmatamento recente e mediante violações de direitos humanos.

O encontro entre o líder brasileiro e o presidente francês ocorreu em Biarritz, na França, após a reunião do G7. Durante o encontro, os líderes do bloco das nações mais ricas anunciaram um fundo de US$ 20 milhões para a proteção da Amazônia, que inclui reflorestamento, sem maiores detalhes.

A carta das organizações afirma que os problemas de queimadas e desmatamento vêm de longa data, mas se agravaram em 2019 como "resultado direto do comportamento de Jair Bolsonaro". O presidente fez "o desmonte sistemático e deliberado da capacidade operacional do IBAMA e de outros órgãos federais responsáveis pela fiscalização de atos ilegais de grilagem de terras públicas, derrubadas e queimadas, e exploração madeireira e mineral", diz o comunicado, além de dar declarações que sinalizam impunidade a crimes ambientais.

"Bolsonaro é o principal mentor dos problemas que estão acontecendo no Brasil", disse Raoni a jornalistas após o encontro com Macron. "A posição do Bolsonaro incentiva fazendeiros a atear fogo, porque eles sentem respaldados por um chefe de Estado."

As organizações demandam do governo que adote cinco medidas, entre elas uma moratória a projetos legislativos que impliquem em retrocessos ambientais, que será discutida nesta semana pelos ex-ministros do Meio Ambiente com a presidência da Câmara, e o apoio efetivo a ações contra o crime ambiental, lideradas pelo IBAMA.

Outras medidas reivindicadas ao governo incluem o "destravamento de processos de demarcação e homologação de territórios indígenas, assim como os direitos territoriais de comunidades quilombolas e outras populações tradicionais", a "recriação do comitê orientador e retomada das atividades do Fundo Amazônia", e a retomada do Plano de Ação de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia e no Cerrado, atualmente abandonado pelo governo, com garantia de recursos financeiros adequados, transparência e participação de entes federados e sociedade civil.

Aos países membros do G-7, os signatários da carta reivindicaram, além de maiores cuidados com a origem de commodities importados, a adoção de politicas efetivas de 'devida diligência' sobre investimentos de empresas e instituições financeiras em empreendimentos na Amazônia que impliquem em elevado risco de violações dos direitos humanos e da legislação ambiental.

Por fim, o documento recomenda aos países do G-7 que, "no caso de uma mudança efetiva de postura do governo Bolsonaro. contribuir para esforços do governo e da sociedade no enfrentamento do desmatamento e das queimadas na Amazônia, com os meios de implementação necessários à consecução de políticas de enfrentamento das mudanças do clima alinhadas com o objetivo de 1,5oC do Acordo de Paris".

Veja na íntegra a declaração de entidades da sociedade civil aqui.

Veja a entrevista com o cacique Raoni sobre a reunião do G7 e a crise do desmatamento e queimadas na Amazônia. https://www.youtube.com/watch?v=loJNhNn3XfE&feature=youtu.be

Observatório do Clima (OC)

 

 

https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/raoni-divulga-carta-com-pedido-de-acao-ao-g7-pela-amazonia

 


Author`s name
Ksenia Semenova