Estruturas sindicais dos médicos decidiram avançar para uma greve nacional nos dias 10 e 11 de Maio, defendendo a resolução de vários problemas, nomeadamente a reposição do pagamento das horas extraordinárias, as carreiras médicas, a redução do peso do trabalho extraordinário e das horas de serviço de urgência.
Os médicos exigem a reposição do pagamento das horas extraordináriasCréditos/ CC BY 2.0
O anúncio foi feito em Lisboa no final de um encontro do Fórum Médico, estrutura que reúne as associações sindicais dos médicos e também outras associações médicas, informa a agência Lusa.
As organizações sindicais estão contra a falta de concretização de medidas por parte do Governo, e entre as principais reivindicações está a reposição integral do pagamento das horas extraordinárias para todos os médicos.
Na segunda-feira divulgaram uma carta ao ministro da Saúde na qual mostravam o desagradado pela proposta de calendário e temas de negociação entre Governo e as estruturas sindicais.
«As promessas ministeriais continuam a não ter tradução em actos concretos e em medidas de solução dos problemas existentes. As reuniões ditas negociais não passam de simulacros e de passar o tempo», afirmam os dirigentes do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), numa nota divulgada aos jornalistas no final do encontro.
Segundo informa o Público, o Fórum Médico referenciava, num comunicado, vários problemas do sector e deixava um ultimato ao ministério: ou o valor das horas extraordinárias era reposto aos médicos «a muito curto prazo» ou iria estudar outras formas de luta, como a greve.
Na reunião negocial que ocorreu a 14 de Março entre os sindicatos e o Ministério da Saúde ficou garantido que «todos os profissionais de saúde que trabalham no Serviço Nacional de Saúde e que façam horas extraordinárias verão reposto, a partir de Abril, 25% do pagamento por este tempo de trabalho, passando, por isso, a receber 75% do valor previsto», refere o Público. No entanto, não foi publicado qualquer diploma neste sentido.
Os médicos estão desde 2012 com um corte de 50% das horas extraordinárias e tinham a expectativa de que os restantes 50% fossem repostos em 2017 para todos os médicos.
Os concursos de progressão na carreira para a categoria de assistente graduado sénior, a existência de medicina do trabalho em todos os estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde, a regulação do internato médico e mais apoio para os médicos de família são algumas das exigências dos médicos, além da redução do horário de trabalho nas urgências e do peso do trabalho extraordinário, informa ainda o Público.
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