O tenente-general retirado do Serviço de Inteligência Exterior da Rússia Leonid Reshétnikov afirmou nesta quinta-feira (5) que as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk cedo ou tarde vencerão a guerra por sua independência da Ucrânia.
A luta pela libertação nacional no sudeste da Ucrânia pode ser longa e até marcada por derrotas temporárias, mas em no futuro deve terminar com a vitória porque esta gente recusa o modo de vida que os Estados Unidos impõem, disse o especialista.
Reshétnikov indicou que no conflito prevalece verdadeiro equilíbrio entre as partes em disputa, o que "pode ser alterado em qualquer momento".
O oficial retirado considerou importante a vantagem que os milicianos populares levam com relação à moral, apesar da superioridade numérica do Exército e dos esquadrões neonazistas do Setor Direita e das Autodefesas de Maidán inseridos na Guarda Nacional, criada sem o respaldo da Constituição.
Desde meados de abril, o regime imposto em Kiev com o golpe de Estado de 22 de fevereiro, que interrompeu a ordem constitucional no país, está sendo realizada uma operação militar de grande envergadura contra a população do sudeste.
As forças mobilizadas dispõem de carros blindados, armas pesadas, aviões e helicópteros, e se viram obrigados a recorrer aos bombardeios em massa diante da incapacidade de neutralizar as autodefesas federalistas.
Mais de 200 civis já morreram e centenas ficaram feridos, sem que se tenha conseguido o objetivo de derrotar os milicianos antes da cerimônia de posse, em 7 de junho, do recém eleito presidente da Ucrânia, Piotr Poroshenko.
Em uma demonstração de desespero dos governantes impostos em Kiev após o golpe de Estado, o autoproclamado presidente interino e titular do Parlamento, Alexander Turchínov, ordenou ontem o bloqueio parcial da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia no sul da região de Donetsk e em uma parte da de Lugansk, segundo o Ukrinform.
Turchínov não especificou quanto tempo demorará esta medida ou se finalmente será imposto o estado de emergência ou a lei marcial na zona de conflito.
Fonte: Prensa Latina