Milhares nas ruas de Santiago celebram início da revolta

Milhares nas ruas de Santiago celebram início da revolta

AbrilAbril

19 DE OUTUBRO DE 2020

A uma semana do plebiscito constitucional, milhares de pessoas encheram a Praça da Dignidade, na capital chilena, para assinalar o início do amplo movimento de protesto social, a 18 de Outubro de 2019.

 

Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se na Praça da Dignidade, em Santiago do Chile, para assinalar o primeiro aniversário do início da revolta (imagem de drone) Créditos/ La Izquierda Diario

A praça começou a encher-se logo de manhã, em ambiente de festa e reivindicação, com gente de várias idades a exibir faixas, cartazes e bandeiras chilenas, mapuches e também de alguns clubes de futebol.

Numa grande faixa, exigia-se a demissão do actual presidente do Chile, Sebastián Piñera, a quem os manifestantes, em coro, chamavam «assassino como Pinochet». Também se viam cartazes e bandeiras brancas com o símbolo do «Aprovo», em defesa de uma nova Constituição e de uma Convenção Constituinte.

Viram-se ainda duas bandeiras gigantescas, uma mapuche e outra do Chile, esta a preto e branco e com um olho a sangrar no lugar da estrela, com a inscrição «Apagar o teu legado será o nosso legado», indica a Prensa Latina.

Na mobilização deste domingo na antiga Praça Itália, uma das mais participadas desde a de 25 de Outubro de 2019, que reuniu mais de um milhão de pessoas, ouviu-se mais uma vez a voz do cantautor Víctor Jara, acompanhado por milhares de outras vozes, que cantaram «O direito a viver em paz» (que se tornou um hino dos protestos).

 

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A manifestação foi engordando à medida que o domingo avançou, com a participação de múltiplas organizações sociais, sindicatos, grupos feministas, associações de estudantes, entre outros, seguindo pela Alameda Bernardo O'Higgins e outras artérias.

Na ponte Pio Nono, de onde um jovem de 16 anos foi atirado para o Rio Mapocho por um carabineiro, no passado dia 2, muitas pessoas colocaram cruzes e flores em homenagem às vítimas da repressão policial. O protesto alastrou depois a vários pontos de Santiago, alguns dos quais distantes do Centro da cidade, tendo-se registado confrontos esporádicos com os carabineiros.

Da revolta nasceu o plebiscito

As exigências dos manifestantes continuam a ser basicamente as mesmas de há um ano: educação e saúde de qualidade para todos, pensões dignas, melhores salários, igualdade entre homens e mulheres e de oportunidades, respeito pelos direitos dos povos indígenas, dos migrantes e de outras camadas da população, entre muitas outras, refere a TeleSur.

No entanto, os grandes protestos a nível nacional conduziram a um resultado palpável, que é a celebração, no próximo dia 25, do plebiscito sobre a Constituição chilena, vigente desde 1980. Então, decidir-se-á sobre a necessidade de uma nova Constituição para o país austral, bem como a forma como a nova Carta Magna deverá ser redigida.

A propósito das mobilizações de ontem, a deputada comunista Camila Vallejo escreveu na sua conta de Twitter: «Há um ano o Povo do Chile despertou com mais força que nunca para fazer história. Já estamos a um passo de mudar a Constituição, mas não esquecemos os caídos! Verdade, Justiça e Reparação para os caídos da revolta, até que a dignidade se torne um costume!»

TÓPICO

 

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