Evolução da população mundial 1950/2050 - O caso da Europa
Na História sempre houve regiões mais atraentes para a vida dos povos e outras que os repeliam, por condicionalismos diversos. A dimensão da Humanidade e as profundas desigualdades na sua repartição territorial não se prendem tanto com as condições de habitabilidade e recursos mas com o modelo de organização social que as acentua de modo dramático.
No caso específico da Europa, as desigualdades demográficas existentes - e que tendem a agravar-se - correspondem ao fracasso do modelo de convivência e de (ausência) de solidariedades entre os seus povos.
1 - A população mundial é, cada vez, mais asiática ou africana
Procedemos em primeiro lugar, à repartição, muito geral, da população mundial por continentes, antes de a separar por áreas geopolíticas, construídas em torno da história, das afinidades culturais, étnicas e económicas; e, posteriormente, aplicando essa mesma classificação a outras abordagens para cada uma dessas áreas geopolíticas.
Subjacente ao gráfico apresentado temos a sublinhar:
- A população africana é a única cuja representatividade cresce num século, considerando as previsões para 2050. Essa representativadade passa de 9% para 16.4% em 2016, admitindo-se uma duplicação da sua população entre 2016 e 2050. Em 2016 a população africana era mais do quíntuplo da registada em 1950 esperando-se que, num século, se multiplique por onze. Taxas de fecundidade comparativamente elevadas bem como ganhos substanciais na esperança de vida justificarão essa evolução.
- A Ásia é sempre o continente mais populoso, com mais de metade dos seres humanos, passando de 54.3% em 1950 para 59.8% do total em 2016, mantendo-se com indicadores estáveis naquele patamar desde 1980 e esperando-se um decrescimento do seu peso relativo em 2050 na sequência do grande crescimento demográfico que se prevê para África.
- A Europa surge como uma imagem em negativo da África. Com perto de um quarto da população mundial em 1950 (22.7%) decresce contínuamente, mesmo em termos das projeções para 2050. O decrescimento é mais abrupto em 2000 uma vez que após o desmembramento da URSS, as repúblicas asiáticas que a incorporavam passaram a ser integradas na Ásia e não na Europa, onde estava incorporada em bloco toda a população da URSS; assim, entre 1990 e 2000 a população da Europa desceu de 790 M para 730 M. Isso porém, apenas acentua o pendor decrescente do peso da população europeia em todo o período; o que conduz a uma expectativa de perda em números absolutos para 2050. A muito baixa natalidade não é compensada significativamente com os afluxos migratórios; uma população que se não reproduz e se vê obrigada a recorrer à imigração evidencia um sistema político, económico e cultural doente.
- A população do continente americano atinge um máximo na sua representatividade no total mundial em 1970 (14%), decrescendo lentamente nos decénios seguintes para atingir 13.3% em 2016. A projeção para 2050 aponta para uma descida para 12.4% do total, com uma perda de peso relativo também já referida para a Ásia e a Europa.
- Quanto à Oceania, a sua população é diminuta comparada com os outros continentes - 13 M e 40 M, respetivamente em 1950 e 2016 - apresentando um crescimento idêntico ao observado para a Ásia. Depois da África é a macro-região onde se prevê um maior crescimento populacional entre 2016 e 2050 (42%).
- O crescimento médio anual para cada período e em cada continente, revela uma redução generalizada, com excepções para África no período 1970/2010. Por seu turno, o início do presente século revela taxas muito mais modestas de crescimento demográfico, mostrando-se as previsões para 2050 muito mais optimistas, excepto para a Europa.
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