Em entrevista concedida nesta sexta-feira (10) durante o ato Fora Temer na avenida paulista, em São Paulo, representantes das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo afirmaram que o movimento social não vai aceitar retrocesso nos direitos sociais e trabalhistas e que a resistência ao golpe vai se intensificar. Milhares de pessoas participam do ato político e musical na capital paulista, que, assim como em diversas capitais brasileiras, denuncia o governo golpista de Michel Temer.
CUT Brasil
Avenida Paulista tomada pelos movimentos sociais e amplos setores da população
O presidente da CUT, Vagner Freitas, declarou que o “desgoverno” Temer conseguiu em um mês provocar um transtorno em conquistas históricas dos trabalhadores.
“Não aceitaremos nenhuma mudança que não seja discutida no fórum dos trabalhadores e que não represente retirada de direitos. Não aceitamos idade mínima, não aceitamos igualar homens e mulheres nas regras da previdência. E não aceitamos colocar a previdência no ministério da fazenda como se fosse um ativo econômico. O sistema de seguridade e previdência é um patrimônio do Brasil”, argumentou o dirigente da CUT.
Denunciar e resistir nas ruas
Resistir nas ruas. Foi a palavra de ordem usada pela presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral. Ela ressaltou o objetivo das manifestações desta sexta-feira.
“Essa manifestação tem como principal mote o fora Temer porque não reconhecemos esse governo como legitimo e não reconhecemos esse governo, principalmente porque é um governo que ataca os movimentos sociais, que criminalizar os movimentos e retira direitos. Por todos esses direitos que estamos prestes a perder a gente vai resistir nas ruas”, enfatizou Carina.
As políticas de democratização do ensino superior e de acesso à educação são alguns dos alvos do golpista Michel Temer, que anunciou que não abrirá vagas nos principais programas de inclusão à educação como Prouni, Fies e Pronatec.
“A gente precisa dizer que o minha casa, minha vida está comprometido e o acesso do pobre à universidade também está comprometido. O Brasil está acostumado nos últimos anos a ter dignidade e é por isso que estamos nas ruas”, declarou Mariana Dias, diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Presidente sem voto e programa sem voto
Guilherme Boulos, da Frente Povo Sem Medo e Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), disse que a situação no Brasil é gravíssima com um golpe duplo acontecendo. “Um golpe dado por um presidente ilegítimo que não foi eleito por ninguém que quer impor um programa que não venceu as eleições e que ataca direitos históricos resultado de muita luta do povo brasileiro”, explicou Boulos.
“Nós não vamos admitir. Vamos barrar nas ruas. Essa mobilização de hoje não começa e não acaba aqui e elas vão se intensificar a cada passo desse governo ilegítimo”, advertiu o dirigente.
Volta da democracia
Vagner Freitas lembrou ainda que os trabalhadores irão realizar pressão sobre os senadores que votarão o processo de impeachment contra a presidenta Dilma. “Cada um deles deve saber que quem votar contra os trabalhadores será chamado de golpista e não vai se eleger mais”, disse. Vagner demonstrou otimismo no restabelecimento da democracia.
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