A pessoa humana é a única parte legítima de sua própria existência, em toda sua plenitude, e nada, ninguem neste mundo pode ingerir-se ou insurgir-se a essa condição como tal. O ser humano, neste mundo ordenado às avessas, precisa garantir a si próprio um nível de imunidade psicológica de altíssima elevação que se lhe assegure as condições existenciais, sem quaisquer restrições ou imposições.
A vida deveria estar sendo ordenada ao fim último do homem: Deus; mas ela vem sofrendo atentados de todas as formas e origens, desde Estados, governos, instituições, corporações, doutrinas que incitam a dominação ou autodestruição. Tudo, o que nós precisamos para continuar vivendo, verdadeiramente existindo, com dignidade e liberdade diante de tais condições atentatórias está sendo atacado com precisão cirúrgica. Nós estamos sendo pensados dia e noite, sem piedade, manipulados em nossas escolhas, nossas decisões, que as temos por livres e soberanas, por uma cultura de morte.
Mas não é assim que tem que ser, nem o será se tomarmos uma decisão conjunta como civilização, ainda que a partir de iniciativas fragmentadas, para que possamos retrair essa situação e transitarmos livremente por este cenário a que estamos submetidos. Primeiro, não nos deixemos mais impressionar pela guerra em que a vida se transformou; onde o inimigo são as dificuldades. Segundo, enfrentar a situação deve ser palavra de ordem. Recorramos, então, aos nossos propósitos mais sofisticados enquanto coletividade, entre eles, nossa condição de igualdade uns com ou outros, a condução do nosso próprio destino e a responsabilidade em garantir ao outro os mesmos termos de dignidade, assegurando um salvo-conduto irrenunciável à nossa própria essência; continuar vivendo e tendo esperança, acreditando que o que é certo prevalecerá.
Nisto, a criação de uma agência internacional de inteligência da humanidade pode vir a dar suporte a nossa nova agenda civilizatória, onde qualquer ser humano em qualquer parte do mundo seja parte legítima para integrá-la, nela estar, atuar, sair, voltar e empregar suas capacidades em favor de todos, garantindo a continuidade da vida e o fim de toda a obscuridão e manipulação nefasta que está voltada contra nós.
Denison Cougo
Pravda.Ru