Síria e Rússia denunciam complô

Síria e Rússia denunciam complô e insistem em solução política

A solução da crise que a Síria enfrenta se encontra em uma encruzilhada entre o diálogo e a violência armada, segundo afirmou o ministro de Informação sírio, Omran al-Zoubi.

Durante uma coletiva de imprensa com meios locais e estrangeiros acreditados em Damasco, o ministro abordou o que chamou de "complô" de grupos sectários e extremistas contra seu país, cuja manifestação tangível é a violência armada desencadeada por bandos mercenários que recebem igual resposta governamental.

"Há provas políticas, concretas e de inteligência que confirmam a existência de planos premeditados contra a Síria", indicou.

Al-Zoubi (foto) falou dos esforços e chamamentos governamentais ao Ocidente para que detenha o fornecimento de armas e dinheiro aos elementos armados e deixe de abrigá-los, assim como para que esses elementos ponham fim à campanha midiática provocadora e iniciem um diálogo nacional.

Em suas declarações, o ministro reiterou a encruzilhada em que se encontra a solução para a crise nesse país do Oriente Médio, indicando ainda que o Ocidente tenta desconhecer esse fato, apesar dos esforços desprendidos por Damasco, Rússia, China e outras nações que defendem uma saída política para o problema.

"Hoje se impõe uma condição, a de que o diálogo ocorrerá depois que a segurança for restabelecida no pais", sublinhou o ministro.

"Não existe diálogo com a presença de armas nas mãos dos terroristas, já que a condição sine qua non 'básica' do diálogo é a garantia da segurança e da estabilidade", apontou.

A solução da crise síria só corresponde a seu povo, disse, e ressaltou que o Exército está comprometido com o restabelecimento da segurança e a estabilidade em todo o território nacional.

Sobre os meios de comunicação, desejou que se transmita "uma visão completa do que está acontecendo na Síria e não um ponto de vista unilateral". "Nesse sentido, exigimos que todos transmitam a realidade", asseverou.

Advertiu que o jornalista não pode transformar-se em combatente ou espião, nem tampouco portar armas ou contrabandear dinheiro, em alusão a correspondentes estrangeiros que entram na Síria de maneira ilícita e ultrapassam os limites de seu dever profissional.

Por sua vez, em outra entrevista, o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhail Bagdanov, advertiu na segunda-feira (3) os interessados em uma intervenção militar externa na Síria que evitem "realizar loucuras" e sublinhou o caráter inaceitável de tais planos.

Bagdanov reiterou que a Síria lhe assegurou muitas vezes que as armas químicas estão bem guardadas e protegidas, em alusão à campanha desencadeada no Ocidente para situar a posse por Damasco desse tipo de armas como pretexto para uma invasão militar.

O vice-ministro russo se reúne nesta terça-feira com o chefe da Coalizão de Forças por uma Mudança Pacífica, Fateh Jamus, com quem abordará as vias para o início de um diálogo político na Síria.

A esse respeito, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, destacou que era necessário guiar-se pelo que foi acordado no comunicado final aprovado por consenso em Genebra, em junho passado, e pelo plano do ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan.

Em ambos os documentos, fala-se de um cessar-fogo e de um período de transição política, sem ingerência externa nem condicionamentos como a renúncia do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Igualmente, deve-se exigir, tanto ao governo como à oposição armada, que ponham fim aos enfrentamentos e nomeiem representantes para um diálogo. Uma vez na mesa de conversações, seriam abordados todos os demais temas nacionais pendentes, explicou Lavrov.

Impor aos sírios algo sobre o futuro de seu país é contraproducente, considerou o chefe da diplomacia russa.

Por outro lado, um comunicado da Chancelaria, ao referir-se a ameaças lançadas por grupos armados sírios para derrubar aviões, afirma que no caso de sua materialização, a responsabilidade será não só dos executores, mas também de seus patrocinadores.

"As ameaças contra aviões civis, como as proferidas pelas formações armadas sírias, são inaceitáveis e constituem uma clara violação da Convenção de Chicago de 1944 sobre Voos Civis Internacionais", denunciou a Chancelaria.

"As advertências belicistas dos grupos armados de derrubar aviões comerciais confirmam que o terrorismo se converte em uma de suas principais atividades", destaca a nota oficial.

Os países que patrocinam as formações armadas, que as estimulam a rechaçar o diálogo e a levar "a guerra até um final vitorioso", preferem ignorar tais circunstâncias, destaca.

Da Redação do Vermelho com Prensa Latina


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