Parece que a Sérvia prefere ajoelhar-se diante do Ocidente do que ser amiga da Rússia

O ministro da economia da Sérvia acredita que seu país está sofrendo de amizade com a Rússia. Será que a Sérvia sofrerá ainda mais se deixar de ser amiga da Rússia?

O ministro sérvio da Economia Rade Basta sugeriu a imposição de sanções contra a Rússia. Esta é a primeira declaração pública deste tipo de um funcionário do governo sérvio.

Basta representa o Partido Sérvia Unido que faz parte da coalizão do Partido Socialista da Sérvia (SPS) liderado pelo Ministro sérvio das Relações Exteriores Ivica Dacic. O SPS tem estado em coalizão com o Partido Progressivo Sérvio (o partido do atual chefe de estado Aleksandar Vučić) durante vários ciclos eleitorais.

O vice-presidente do SPS, Djordje Milicevic, apoiou a proposta de Basta.

O movimento socialista de Alexander Vulin, também membro da coalizão governista, exigiu em resposta que Rade Basta se demitisse porque queria que a Sérvia aderisse às "sanções ilegais contra a Federação Russa".

Políticas de Belgrado prestes a mudar

A Sérvia pode mudar suas políticas só porque Vučić e outros políticos não descartam que terão que ceder à pressão da UE se a Sérvia quiser se tornar um membro da União Européia.

Há indícios de que isto pode acontecer de fato. A Sérvia anunciou que não compraria mais caças MIG-29 russos, porque a Rússia não mantém os aviões que a Sérvia já possui. A Sérvia também demonstrou "pragmatismo" quando Vucic admitiu que as fábricas sérvias estavam vendendo munições para a Ucrânia através de intermediários na Turquia.

Existem outras condições para a Sérvia aderir à UE. A Sérvia precisa reconhecer a independência da província de Kosovo e Metohija. Portanto, ao ceder nas sanções, Belgrado mostrará que estaria disposta a fazer concessões também em relação a Kosovo. Se Vučić reconhecer a independência de Kosovo de uma forma ou de outra, a Sérvia explodirá em protestos.

O que a Sérvia perde e ganha

Do ponto de vista econômico, se a Sérvia deixar de ser amiga da Rússia, perderá o gás russo barato que torna a indústria química e petroquímica do país competitiva. Afinal, ele produz 800.000 toneladas de produtos anualmente e garante emprego no norte da Sérvia, que é a região mais desenvolvida do país. Se não houver eletricidade barata, a Sérvia será posta de joelhos, acreditam os economistas sérvios.

O abastecimento de GNL não substituirá o gás gasoduto, já que a Sérvia não possui portos marítimos.

Dado que a indústria petrolífera sérvia pertence à Rússia (uma subsidiária da Gazpromneft), ela será forçada a fornecer diesel para as Forças Armadas da Ucrânia através de terceiros países. Em outra opção, ela pode ser nacionalizada de forma semelhante à que aconteceu com a refinaria Lukoil na Itália e na Bulgária. Em resposta, Moscou poderá encerrar seu apoio a Belgrado no Conselho de Segurança da ONU.

Em conseqüência disso, a Sérvia pode ver novamente a resolução sobre o genocídio de Srebrenica na ONU (a Rússia vetou a resolução).

O que a Sérvia pode ganhar ao se tornar o adversário da Rússia? O país desenvolverá um melhor relacionamento com os Estados Unidos e a União Européia. A Sérvia também ganhará acesso ao apoio financeiro da UE. A UE pagará à Sérvia enquanto instrui o governo sobre o que fazer com a economia da nação que, muito provavelmente, se tornará de natureza agrária. A UE transformará a Sérvia em uma colônia de recursos, e ela finalmente perderá sua soberania.

A Sérvia é o único país europeu que ainda não aderiu às sanções contra a Rússia. As pesquisas da Sprint Insight mostram que 81% dos cidadãos sérvios se opõem às sanções contra a Rússia.


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Petr Ermilin