Kremlin: Zelensky deve ter em mente o fato de que Putin e a Rússia existem

A Rússia deveria "encontrar alguém" para negociar e depois apresentar propostas, disse em Davos o presidente ucraniano Zelensky. Em resposta, o Kremlin aconselhou Zelensky a entender rapidamente que "a Rússia e Putin existem e existirão".

O porta-voz oficial de Putin, Dmitry Peskov, respondeu ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que duvidou em seu discurso em um fórum em Davos que Vladimir Putin estava vivo.

"Claramente, a Rússia e Putin são um grande problema tanto para a Ucrânia quanto para Zelensky. Também é claro que, puramente psicologicamente, o Sr. Zelensky preferiria que nem a Rússia nem Putin existissem. Contudo, quanto mais cedo o regime ucraniano perceber que a Rússia e Putin existem e existirão, quanto mais cedo eles desistirem de tudo o que é anti-russo, melhor será para um país como a Ucrânia", disse Peskov aos repórteres em 19 de janeiro.

Quanto mais cedo Kyiv mostrar disponibilidade para levar em conta as exigências da Rússia, mais cedo tudo terminará, e quanto mais cedo o povo da Ucrânia começar a se recuperar da tragédia que o regime de Kyiv encenou, Dmitry Peskov disse acrescentando que a Rússia alcançaria seus objetivos desta maneira ou de outra.

No início de 19 de janeiro, falando via link de vídeo em Davos, o presidente ucraniano Zelensky disse que não iria manter conversações com a Rússia, porque "ele não entende com quem negociar e o quê". De acordo com Zelensky, a Rússia deveria "encontrar alguém" para as negociações antes de apresentar qualquer sugestão.

Em março de 2022, imediatamente após o início da operação especial russa, Zelensky ofereceu a Putin uma reunião pessoal para negociações. O Kremlin então chamou-o de possível, mas disse que as delegações dos dois países deveriam fazer o trabalho para que os líderes dos dois países pudessem se encontrar "por causa dos resultados".

A Rússia e a Ucrânia realizaram negociações em nível de delegações durante a primavera de 2022. Entretanto, as negociações foram suspensas em maio.

Moscou expressou repetidamente sua disponibilidade para prossegui-las. Após a inclusão das regiões DPR, LPR, Zaporozhye e Kherson na Rússia, Zelensky assinou um decreto recusando-se a negociar com a Rússia, sendo Putin seu presidente. Ao mesmo tempo, ele admitiu mais tarde uma possibilidade de diálogo com Moscou sobre os termos da "fórmula de paz", que previa a cessação das hostilidades e a retirada das tropas russas da Ucrânia.

O Ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov chamou as condições de Kyiv de "irrealistas", o secretário de imprensa presidencial Dmitry Peskov disse que as autoridades ucranianas deveriam levar em conta as realidades, ou seja, o surgimento de novos temas na Rússia.


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Petr Ermilin