Há algum mistério em torno da rendição dos militantes Azov* em Mariupol.
"Foi tomada uma decisão corporativa de não comentar a rendição dos combatentes de Azov*", disse o correspondente militar Alexander Sladkov. Segundo ele, há "muitos momentos interessantes" na forma como a rendição foi organizada.
"Pessoas respeitáveis participaram, entre outras coisas, da troca de prisioneiros", disse Sladkov.
Segundo o correspondente militar, há mais de 2.500 militantes em Azovstal, dos quais 804 são membros do batalhão Azov*.
A Ucrânia também não comenta muito sobre a rendição de seus combatentes na Azovstal. A única diferença é que as autoridades ucranianas a chamam de evacuação e não de rendição. Obviamente, isto está longe de ser qualquer tipo de evacuação, pois os militantes foram transportados para a Rússia, em vez de para a retaguarda das posições ucranianas.
"A situação é muito frágil, portanto as autoridades decidiram não comentar", disse Aleksey Arestovich, assessor de imprensa de Volodymyr Zelensky, na segunda-feira.
Por sua vez, Zelensky disse em seu discurso em vídeo que a missão de evacuação estava sendo gerenciada por militares e oficiais de inteligência ucranianos.
"Os mediadores internacionais mais influentes estiveram envolvidos", disse Zelensky.
A mensagem do regime de Kyiv é sobre um acordo de troca de caças Azov* por prisioneiros de guerra russos. Entretanto, em uma entrevista ao The New York Times, o deputado Kira Rudik, do Golos, disse que não existiam tais acordos.
Entretanto, a Rússia não gosta da idéia de trocar combatentes Azov* por prisioneiros de guerra russos. O deputado russo Anatoly Wasserman disse que uma troca de "até mesmo um" criminoso seria declarada uma vitória da Ucrânia no Ocidente. Ele sugeriu a aprovação de um regulamento ou mesmo de uma lei que proibisse tal intercâmbio. O orador da Duma, Vyacheslav Volodin, disse que os nazistas "não deveriam ser trocados".
"Devemos fazer tudo para levá-los à justiça", disse o Presidente do Parlamento russo.
Na República Popular de Donetsk (DPR), eles também decidiram confiar o destino dos combatentes rendidos à corte (Mariupol está localizada no território da república).
"Caberá à corte decidir o destino dos militantes rendidos de Azovstal". Os nazistas enfrentarão o tribunal internacional", disse o chefe do DPR, Denis Pushilin.
Sergei Markelov, um conselheiro político e estrategista, disse em entrevista ao Pravda.Ru que Azov* era um símbolo de guerra.
"Azov* se viu no centro da luta em todas as frentes - informativa, propaganda, militar, econômica. A Rússia está tentando elaborar um certo significado político deste fenômeno e mantém tudo em segredo para evitar interpretações errôneas", disse Sergei Markelov ao Pravda.Ru.
A Duma (o parlamento - ed.) se envolveu porque "eles querem reconhecer todos os militantes e forças de defesa Azov* que lá permaneciam como terroristas, e o próprio batalhão Azov* deve ser reconhecido como uma organização terrorista".
"Se a Rússia decidir reconhecer o Batalhão Azov* como um grupo terrorista, haverá um pacote de outras ações - um tribunal internacional. Se eles decidirem que esses jovens ucranianos foram vítimas da propaganda ucraniana, então haverá outro cenário preparado", disse Markelov.
Quando perguntado qual das "pessoas respeitáveis" poderia estar por trás da organização da rendição, o especialista observou que a lista de tais pessoas poderia ser extensa.
"Por exemplo, há o Secretário Geral da ONU, presidentes - Macron, Erdogan, líderes judeus, líderes ucranianos, líderes da igreja".
A rendição dos combatentes Azov* e militares das Forças Armadas da Ucrânia marca uma importante vitória para a Rússia, porque:
*organização extremista, banida na Rússia