O economista turco Erdal Karagel disse que a Europa ficou dividida no que diz respeito ao fornecimento de gás natural russo.
Em um artigo para Yeni Safak, o economista turco disse que enquanto a Europa estava atualmente tentando se afastar das importações de energia da Rússia, a dependência dos estados membros da União Européia em relação ao gás natural russo era de cerca de 40%. Além disso, para vários países Moscou continua sendo o único e vital fornecedor que cobre 100% de suas necessidades em gás natural. A este respeito, os estados da UE têm discordâncias quanto à solução deste problema e a solução não vai ser encontrada rapidamente, disse o especialista.
Para coroar tudo isso, os países da UE também não chegaram a um consenso em relação à exigência da Rússia de rublos por gás. Em outras palavras, a Europa está dividida em duas, disse o economista turco.
Na quarta-feira, 11 de maio, foi relatado que o volume de gás natural que entra na Alemanha através do território da Ucrânia para Waidhaus diminuiu drasticamente. O trânsito caiu quase um quarto em comparação com o dia anterior. A falta de combustível azul teve que ser compensada pelo aumento de outras cadeias de abastecimento, em particular da Noruega e da Holanda.
Mikhail Sheremet, deputado da Duma da Crimea acusou Kiev de tentativas de organizar um bloqueio de gás na Europa. As ações da Ucrânia foram muito provavelmente coordenadas com os Estados Unidos, disse o deputado, acrescentando que não havia garantias para a segurança do trânsito de gás através da Ucrânia.
Robert Habeck, ministro alemão para Assuntos Econômicos, expôs a esperança de que o trânsito de gás através da Ucrânia seria restabelecido em breve na íntegra. Kiev justificou sua decisão com a falta de garantias de segurança devido à situação na região de Luhansk, onde era impossível controlar as estações do sistema de gasodutos, disse o oficial alemão.
Enquanto isso, a Bloomberg, citando um relatório da Ember e da Global think tank, disse que os países da União Européia subestimaram significativamente a quantidade de perdas que teriam que incorrer caso a UE cortasse o fornecimento de gás da Rússia. De acordo com as estimativas dos especialistas, as perdas são da ordem de bilhões de dólares.
Assim, os governos da UE irão incorrer em gastos extras de 203 bilhões de euros mesmo no caso de uma redução no fornecimento da Rússia até 2030, disse a Bloomberg.
O Financial Times disse que a recusa do gás natural russo custaria à UE 195 bilhões de euros nos próximos cinco anos.