Os livros que Lula leu durante seus 580 dias na prisão
A cada mês em que ficou preso injustamente em Curitiba, ex-presidente leu, em média, dois livros. Ao fim de 580 dias de cárcere, foram mais 40 obras
por André Cintra
A cada mês em que ficou preso injustamente na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) leu, em média, dois livros. Ao fim de 580 dias de cárcere, foram mais 40 obras - com destaque para biografias. O próprio Lula divulgou esses dados, no Twitter, ao participar da campanha "5 fatos literários sobre mim". A iniciativa convida as pessoas a usarem as redes sociais para escrever breves notas sobre suas leituras.
"Li, na prisão, mais de 40 livros e quando recebi o primeiro, Um Defeito de Cor, de 952 páginas, me questionei por quanto tempo ficaria preso", relatou o ex-presidente no primeiro dos cinco posts. "Sou fascinado por biografias. Nesses 580 dias, li as de Tiradentes, Fidel, Mandela, Prestes, Chávez, Putin, Marighella, entre outros", agregou.
Em outra nota, Lula listou suas leituras preferidas na prisão: "O Amor nos Tempos do Cólera, do Gabriel García Márquez; A Elite do Atraso, do Jessé Souza; A Fome, de Martín Caparrós; O Petróleo, de Daniel Yergin; Sapiens, de Yuval Harari; e Escravidão, de Laurentino Gomes".
Não foi a primeira vez que Lula citou os livros que leu sob cárcere. Em junho de 2018, quando contava quase dois meses de prisão sem provas em Curitiba, a conta de Lula no Twitter informou que o ex-presidente já havia lido "21 livros nesse intervalo, leituras que compreendem dos romances à política". Na ocasião, Lula lia O Voto do Brasileiro, de Alberto Carlos Almeida.
Já em maio passado, no Salão do Livro Político, na PUC-SP, o ator Sergio Mamberti leu uma carta em que Lula também menciona suas companhias literárias em Curitiba. Uma das obras era Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. "Nestes 13 meses de quase solidão (...) tenho lido muitos livros. Cavalguei com Riobaldo e Diadorim pelas veredas do grande sertão de Guimarães Rosa. Cruzei o Atlântico em navio negreiro ao lado de Luísa Mahin, no extraordinário romance Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves", registrou Lula.
"Navego nas águas da ficção, mas tenho, sobretudo, me dedicado aos livros dito políticos", acrescentou o ex-presidente, que deixou uma "ressalva" na carta: "Ler é um ato político - todo livro é político, seja ele de poesia, romance, contos, filosofia, sociologia, economia ou ciências políticas (...). É principalmente graças aos livros que, quando a justiça for restaurada neste país, sairei da prisão sabendo mais do que quando entrei".
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