América Latina: 27 milhões de pessoas pobres a mais do que em 2014
Por Sérgio Jones*
De acordo com índices apontados por setores especializados, a elevação da pobreza e as suas consequentes misérias têm se alastrado de forma endêmica em todo continente da América Latina. A elevação dos índices sofreu uma brusca mudança a partir de 2015.
Isso ocorreu depois de um breve recuo na América Latina e no Caribe em seus índices na queda da extrema miséria existente, no início desta década, na sequência veio o retrocesso. O mais crível em todo este ato sinistro é que a dinâmica de empobrecimento deverá continuar crescendo de forma exponencial.
O ano de 2019 encerra com uma alta significativa de sete décimos no índice geral de pobreza - que de 30,1% passará a afetar 30,8% da população, segundo os dados publicados recentemente, pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), o braço das Nações Unidas para o desenvolvimento no subcontinente - e de oito décimos em sua variável extrema - a mais premente, que sobe de 10,7% para 11,5%.
Especialistas apontam também ser esta uma situação muito preocupante que poderá resultar em significativo aumento da violência, maior complexidade da migração, provocar profundas transformações na demografia e no mercado de trabalho. Entre outros males que resultarão em profundos e danosos impactos sociais.
Tais índices se traduzem e representam a inclusão cerca de seis milhões de pessoas que passarão a engrossar as filas da pobreza extrema este ano, um grupo que crescerá até os 72 milhões. A pobreza geral no mundo aumenta em idêntica quantia: 191 milhões, frente aos 185 do estudo passado. A gravidade do dado cresce ao aumentar o período de cálculo: se cumprirem-se as estimativas, a região fechará 2019 com 27 milhões de pessoas pobres a mais que em 2014. Quase todas elas - 26 milhões - em situação de carestia extrema. Se tornando em um dos maiores flagelos da humanidade, em especial na América Latina.
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)
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