O «Plan Vuelta a la Patria» continua a ajudar venezuelanos em dificuldades
Em declarações à AVN a propósito do regresso de mais 90 compatriotas, o presidente da Conviasa sublinhou que o programa criado por Nicolás Maduro tem um carácter «humanista» e evidencia a «manipulação».
Esta semana, mais 90 venezuelanos regressaram ao seu país, provenientes do Peru, através do «Plan Vuelta a la Patria», um programa implementado em Agosto de 2018 pelo chefe de Estado da Venezuela, Nicolás Maduro, tendo como objectivo apoiar os compatriotas que emigraram para outros países da América Latina e que ali acabaram por se deparar com uma realidade adversa, expressando a vontade de voltar para casa.
A informação foi divulgada pelo presidente da companhia aérea estatal Conviasa, Ramón Velásquez Araguayán, que deu as boas-vindas aos venezuelanos «que regressam para trabalhar em prol do desenvolvimento do país».
Até ao momento, 14 431 venezuelanos regressaram ao país através do Plano Regresso à Pátria, sendo que 434 voltaram da Argentina, 7055 do Brasil, 272 do Chile, 764 da Colômbia, 2797 do Equador, um do Panamá, 2831 do Peru, 276 da República Dominicana e um do Uruguai.
Dos quase 14 500 venezuelanos que regressaram ao país, a maioria fê-lo por via terrestre (69%) e cerca de um terço (31%) voltou num dos 74 voos realizados pela Conviasa. Velásquez Araguayán disse que, em Julho, serão activados seis novos voos, com o intuito de reforçar os serviços prestados através deste programa - dois com destino ao Peru e quatro ao Equador.
«Também estamos a equacionar a possibilidade de integrar mais aviões e aumentar a frequência nos próximos meses, tendo em conta que o número de pessoas que solicitaram ao presidente [Nicolás Maduro] o regresso ao país quintuplicou», disse o presidente da Conviasa, precisando que, actualmente, «há mais de 50 mil venezuelanos à espera de regressar ao país».
Ajudar compatriotas em dificuldade e fazer frente à manipulação
Muitos venezuelanos decidiram tentar a sorte no estrangeiro ao sentirem na pele o forte impacto das sanções impostas por Washington na economia do seu país. Ramón Velásquez Araguayán considera que também foram influenciados pela «manipulação» exercida pelos EUA e países seus aliados na região, no contexto de uma estratégia que visa «manchar a imagem do Estado venezuelano» e levar os seus cidadãos a crer que, em países como Argentina, Brasil, Chile, Peru ou Equador, podem encontrar «mundos e fundos».
«Mas os mundos e fundos não existiam», salientou Velásquez, sendo os próprios emigrantes que afirmaram ter sofrido situações de xenofobia, violência e discriminação, enfrentado situações de desemprego, exploração e maus-tratos laborais, bem como problemas de saúde e dificuldades económicas existentes nos países de acolhimento.
«Muitos deles foram-se embora e venderam as casas e os carros; deixaram os seus empregos e, agora, desejam regressar e retomar a vida no país», disse Araguayán, frisando que o Plano Regresso à Pátria permitiu «apresentar ao mundo a verdadeira realidade migratória dos venezuelanos», que «não se vão embora por uma questão de guerra, mas de manipulação gerada em laboratórios que procuram desestabilizar o país».
«Com testemunhos dos protagonistas, o "Plan Vuelta a la Patria" acabou por evidenciar o modo como os venezuelanos eram tratados nesses países, e isto abriu os olhos aos venezuelanos e ao resto do mundo», acrescentou.
Como explicaram as autoridades venezuelanas, o Plano Regresso à Pátria não é um simples programa de repatriamento de compatriotas em dificuldades, mas visa reintegrá-los na vida produtiva do país, «com a premissa de que estudem e trabalhem para a paz e a prosperidade socioeconómica» venezuelana, e garantindo-lhes apoios através do Movimento Somos Venezuela.
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