Satélites russos descobrem cemitério com 300 túmulos perto do campo de Rukban

Satélites russos descobrem cemitério com 300 túmulos perto do campo de Rukban

O Ministério russo da Defesa informou que há centenas de túmulos junto ao campo de Rukban, no Sul da Síria, cujos residentes têm sido impedidos de sair pelas tropas dos EUA e terroristas seus aliados.

Vista do campo de refugiados de Rukban, na região síria de al-Tanf, junto à fronteira com a Jordânia Créditos/ sott.net

«Um cemitério recente com 300 túmulos novos foi descoberto no lado sul da vedação do campo» de refugiados sírios de Rukban, revelou esta terça-feira, em comunicado, o Ministério russo da Defesa, citado pela PressTV.

De acordo com o Ministério, as imagens de satélite sugerem que a maior parte das estruturas no campo - localizado junto à fronteira com a Jordânia e numa zona controlada pelos EUA, próxima da sua militar de al-Tanf - são precárias e inadequadas para o tempo de Inverno.

Acrescenta que o campo de Rukban se encontra cercado por um monte de terra e uma vedação, para lá das quais os «grupos de militantes apoiados pelos EUA não deixam passar ninguém».

Sobre as condições sanitárias no campo, as imagens recolhidas pelos satélites mostram que «há lixeiras ao pé de tendas» e que «não existem armazéns de comida ou refeitórios». «Os alimentos e outros produtos são trocados em mercados de ocasião, controlados pelos terroristas», sublinha o texto.

«Na verdade, o campo de Rukban perdeu há muito o seu estatuto, transformando-se numa reserva com reféns», denuncia o Ministério russo da Defesa, acrescentando que «as forças norte-americanas impedem os refugiados de sair do campo, enquanto os militantes os mantêm à força lá dentro e exigem grandes quantias de dinheiro, em dólares, para os deixar sair».

O Ministério refere ainda que, segundo os dados das Nações Unidas, «mais de 35 mil sírios querem regressar a território controlado pelo governo sírio, 28 mil dos quais para a província de Homs, 2800 para a de Deir ez-Zor, 1600 para as de Rif Damashq e Hama, e 1200 para a de Alepo».

«Crise humanitária»

As autoridades sírias e russas têm alertado reiteradamente para a «situação humanitária catastrófica» que se vive no campo de Rukban e têm dirigido duras críticas às tropas norte-americanas por esse facto.

A 19 de Fevereiro último, por iniciativa dos comités de coordenação da Síria e da Rússia para o regresso dos refugiados, foram criados dois corredores com o objectivo de permitir aos cerca de 50 mil refugiados sírios retidos no campo o regresso voluntário e seguro a suas casas.

Foram instalados pontos de controlo em Jleighem e Jabal al-Ghurab ao longo dos corredores humanitários, nas imediações da área de al-Tanf, ocupada ilegalmente por tropas norte-americanas e por forças terroristas mercenárias, que limitaram durante muito tempo a chegada de ajuda humanitária ao campo.

No início deste mês, Damasco enviou um série de autocarros para resgatar os refugiados, em conjunto com a Polícia Militar russa, mas os militares norte-americanos recusaram-se a garantir a segurança do comboio de viaturas.

Por este facto, a coordenação conjunta da Síria e da Rússia para o regresso dos refugiados acusou os EUA de serem os «únicos responsáveis pelo fracasso da operação de resgate de refugiados sírios no campo de Rukban» e pela «crise humanitária» que ali se vive, atestada pelo Crescente Vermelho Árabe Sírio e pela Organização Mundial da Saúde.

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