MBL: Campeão Nacional de Notícias Falsas
"Um povo ignorante é instrumento cego de sua própria destruição. Temos sido dominados mais pela ignorância que pela força"
(Simón Bolívar)
Edu Montesanti
Neste domingo (12), o jornalista Gustavo "Guga" Chacra da Rede Globo compartilhou em sua conta no Tuíter uma notícia veiculada pelo jornal britânico The Guardian, que abordava as manifestações de extrema-direita de sábado na capital polonsa de Varsóvia. Na postagem, o jornalista alertou: "Cerca de 60 mil pessoas participaram de manifestação nazista na Polônia defendendo uma Europa apenas para os brancos. Antecipo para os supremacistas do Brasil que brasileiros não são considerados brancos por estes nazistas".
No dia seguinte, o Movimento Brasil Livre (MBL) publicou em sua conta no Fez-se buque forte crítica ao comentário de Guga, acusando-o de difundir notícia falsa (ou fêique níls, para os mais chiques) enquanto, no final das contas e conforme faz todos os dias, o dia inteirinho, era exatamente o MBL quem falsificava grotesca e covardemente as informações.
Pisotear a garganta alheia daqueles que podem lhe representar alguma ameaça, sob um quê intelectual e com forte apelo moralista, é o tom desses bonequinhos do MBL que jamais tiveram de suar a camisa e contar moedinhas no final do mês, para pagar suas contas.
Este caso sintetiza da maneira mais clara possível como o grupo apoia-se na difusão de mentiras pauperrimante plantadas, e os interesses por trás do agrupamento que tem arrastado milhões de incautos consigo que, em sua marcante histeria e intolerância, peculiares e crescentes, têm acusado em coro com o movimento até meios como a Rede Globo de comunista.
Passeata em Varsóvia
"A cultura é força"
(Ludovico Silva, escritor e filósofo venezuelano)
Os protestos na Polônia neste final de semana, dos mais numerosos da Europa nos últimos anos, continham gritos e cânticos xenofobos tais como "Polônia pura, Polônia branca!; "Refugiados, fora!", nenhuma novidade naquele país, e cartazes com dizeres fascistas como "Reze por um holocausto islamita". Alguns ainda berravam: "Nós queremos Deus!", enquanto defendiam os "valores" (!) cristãos.
Determinado manifestante, entrevistado pela TVP, rede de TV estatal local, disse: "Tire os judeus do poder!". Conservadora e pró-governo Andrzej Duda, de ultra-direita: "Grande marcha de patriotas", e em suas transmissões descreveu o evento como aquele que atraiu na maioria dos poloneses comuns expressando seu amor pela Polônia, não pelos extremistas.
Havia também, entre as dezenas de milhares de manifestantes, bandeiras com símbolos da Red Falanga, grupo fascista local que remonta aos anos de 1930, enquanto os que discursavam incitavam uma posição contra cidadãos de esquerda, ainda que fossem apenas social-democratas.
Na realidade, manifestações populares - sempre com forte toque reacionário como este - tem origem em 1918, ano da independência polonesa dos impérios austro-húngaro, prussiano e russo. Contudo, desta vez o tom baseado na intolerância e ódio assumiu proporções poucas vezes vistas nas últimas décadas no país leste-europeu.
Manipulação: Marca Registrada do MBL
"Ideias e informações possuem o poder de libertar e de escravizar... ou pior. Nossa escolha se dá através da adaptação a isso"
(Dylan Charles, escritor norte-americano)
O MBL, contudo, contestou a postagem de Guga no Tuíter supostamente (atente a esta palavra) com outra postagem na mesma rede social, nada menos a de Jack Posobiec, ativista virtual norte-americano de ultra-direita, apaixonado apoiador de Donald Trump. Ali, Jack (atenção) supostamente escreveu: "Notícia falsa qualificou a passeata pelo Dia da Independência da Polônia, de 'Marcha nazista'. Doentes".
Na postagem no MBL, que diz ser originalmente a de Jack, manifestantes poloneses portam bandeiras divididas entre o símbolo anti-nazista de um lado, e o anti-comunismo de outro passando, assim, uma imagem de "equilíbrio" sem apelo de extrema-direita na passeata, poupando os teólogos do livre-mercado irrestrito mundiais, das leis anti-imigração e do forte apelo moralista sobre a religião impositiva e impostora, da indisfarçável evidência de que poussuem essência elitista, supremacista, intolerante, carregada de ódio às mínimas diferenças.
Uma simples busca na conta de Jack observa seu tom fortemente crítico em relação à cobertura midiática, que noticia a passeata polonesa deste fim de semana como uma manifestação nazista. Contudo, a postagem que o MBL diz ser de Jack não é encontrada em seu perfil, e este é, sinal dos tempos, apenas o início da manipulação das informações e das postagens.
Os desocupados do MBL, e isto é marca registrada destes ilustes representantes das dominantes brasileiras que, cada vez mais, passam a impressão de portar um penico no crânio ao invés de cérebro, tiveram o cuidado de, simplesmente, cortada pela metade o tuíte de Guga, sem exibir sua ligação para o artigo do Guardian.
Ao que o grupelho proto-fascista, que entre outras tantas se pretende a última palavra em jornalismo, sentenciou sem dó nem veronha na cara: "Guga Chacra consegue se superar SEMPRE! Fake News absurda!". E daí, a inundação de comentários dos mais insensatos de seus seguidores, fazendo as vezes de críticos de mídia. Vale ser notado estes, cheios de autoridade crítica (!):
"Nunca o jornalismo brasileiro viveu um momento tão fraco como o atual. Guga Chacra é apenas um exemplo disso. Esse ano ele bateu o recorde em bobagens publicadas";
Resposta:
"Não diria 'fraco'. Digo canalha, parcial,ideológico, pró-comunismo e [sic] destruição da família e de nossos valores".
E mais estes:
"Como pode um jornalista falar uma merda dessa. Que triste! Pior que muita gente ainda acredita na Globo. Pela amor de Deus, desliguem isso";
"Esse 'jornalista' não conhece ou finge não conhecer a história da nação mais católica e avessa a ideologias da Europa? O nível da Globo e seus jornalistas sem cultura só piora".
Isso porque se trata da dona Rede Globo, a qual essas mesmas figuraças dos mais perfeitos idiotas assistem todos os dias, e onde os bibelôs tupiniquins com forte cacoete para fantoche sonham em alugar suas tralhas laborais. Pois agora, imagine a cara leitora, o caro leitor de Pravda Brasil o que é dito, caluniado sobrando palavras do mais baixo calão por parte desses imbecis de palntão, quandoa mídia alternativa está envolvida nesses ataques dos pimpolhos do MBL. Para quem nunca perdeu o tempo tendo o profundo desprazer de se deparar com tanta baixaria mais nojenta, é tudo o que se pode imaginar - e muito mais.
Jogo de Interesses: Marca Registrada do MBL
Não há exército que possa invadir totalmente um Estado; mas os veículos de informação podem
(Rafael Correa, ex-presidente do Equador)
A cúpula do MBL sabe muito bem que o brasileiro médio, que lê três linhas de livro por ano enquanto, por exemplo, o russo lê em média 30 livros anulamente, não terá imaginação e/ou coragem suficiente para vencer a preguiça intelectual, a ponto de conferir a postagem do jornalista da Rede Globo; seus gurus das leis do mercado sobre tudo e sobre todos são, na mentalidade dessa gente tosca (para dizer o mínimo), a última palavra.
Outra marca registrada do MBL neste caso, e bastante sintomática: a defesa da manifestação envolve os interesses dos Estados Unidos já que não apenas a ideologia polonsesa é a mesma de Donald Trump, coincidindo ainda com a do próprio MBL, como Varsóvia é a maior aliada de Washington na Europa hoje, com três importantes detalhes a Tio Sam e seus lacaios: situando-se nas proximidades da fronteira russa, a Polônia aderiu à OTAN em 1999, e atualmente atorizou exercícios militares da Organização em seu território.
Se for feito um levantamento diário das movimentações do MBL, não sairão desse raio estratégico tanto as práticas manipulatórias quanto as tendências dos pimpolhos de péssimo nível, intelectual e moral.
A tempo, a velha pergunta jamais respondida: como o MBL se formou, exatamente? E quem os banca, quem paga essa gente para que passe o dia tido, os sete dias da semana montando esse tipo de coisa, difamando e espalhando calúnias e ódio no Fez-se? Evidências documentais apontam a origem exata do financiamento do movimento em questão: não por mera coincidência, exatamente os Estados Unidos e ,mais especificamente, Koch Brothers o que a liderança do MBL, frequentemente questionadapor isso, jamais explicou nem contradisse pontualmente a não ser tentando se sair com gracinhas e jogos de palavras.
No Brasil hoje, o cúmulo da mediocridade já tem endereço bastante certo.
"Quando a liberdade é retirada à força, pode ser restaurada à força; se renunciada voluntariamente, pela omissão, jamais será recuperada", Dorothy Thompson