O ex-presidente da Câmara de Londres e membro da ala esquerda do Partido Trabalhista, protestou a má interpretação das suas palavras numa entrevista conduzida pela "Talk Radio" e mal citada pelo jornal britânico "The Guardian", os excertos da entrevista foram transcritos na edição de 3 de Agosto sob o título "Ken Livingstone: a crise na Venezuela deve-se ao erro de Chávez não ter morto os oligarcas", tendo inclusivamente eco em Portugal no diário "Público", que no mesmo dia intitulou a notícia como "Em defesa de Caracas, ex-mayor de Londres diz que Chávez não quis 'matar todos os oligarcas'"
O britânico "The Guardian" publicou no dia seguinte a rectificação de Ken Livingstone ultrajado pela transcrição errada das afirmações que o jornal recolhera da entrevista do ex-autarca do Partido Trabalhista à "Talk Radio", sem qualquer justificação ou pedido desculpas. "Estou muito desapontado com o mau relato propositado dos meus comentários acerca da situação na Venezuela", desabafa Livingstone no seu direito de resposta.
"Não afirmei que Hugo Chávez devia ter morto quem quer que fosse nem alguma vez defenderia tal coisa. Repudiei essa acusação inclusivamente no decorrer da própria entrevista que está a ser amplamente citada", rectifica o ex-autarca. "O que estava a defender é que, contrariamente a algumas deturpações, Hugo Chávez não reprimiu a anterior elite governativa da Venezuela e muitos elementos dessa anterior elite permaneceram no país, tentando derrubar os presidentes eleitos", referindo-se a Chávez e a Maduro, "por meio de métodos violentos e inconstitucionais desde então (incluindo o golpe de 2002)."
A sua missiva termina com um alerta, "a situação na Venezuela requer um debate sério na comunicação social e não relatos jornalísticos distorcidos e sensacionalistas cujo único propósito é criar clickbait [atrair leitores]."
Flávio Gonçalves
Pravda.ru