Argentinos promovem marcha pela libertação de Milagros Sala
Buenos Aires (Prensa Latina) Em uma reivindicação permanente desde sua prisão, faz 11 meses, organizações argentinas marcharam de novo nesta quarta-feira (21) pela libertação da líder indígena Milagro Sala enquanto se dá o veredicto da primeira de várias causas contra ela.
Marchamos aos tribunais por um natal sem presos políticos e pela liberdade de Milagro Sala, aponta a convocação organizada, entre outros pela Frente por Trabalho e Dignidade Milagro Sala, a Rede Federal dos Trabalhadores, a Associação de Trabalhadores do Estado na capital e vários organismos de direitos humanos.
Hoje será anunciada a sentença da primeira causa contra a líder da organização Tupac Amaru, presa há mais de 300 dias no Penal de Alto Comedero, em Jujuy sob a suposta incitação à violência e tumulto por encabeçar um protesto nessa província contra as mudanças impostas pelo governador Gerardo Morales no sistema e programa de cooperativas.
Contra Sala foram abertas durante este tempo muitas causas como a suposta irregularidade de administração de fundos destinados à construção de moradias, também lhe é imputada a autoria dos delitos de associação ilícita, fraude à administração pública e extorsão e como co-autora de homicídio agravado por preço ou promessa remuneratória.
Ao render declaratória na última semana sobre a causa que lhe move o governador da província de Jujuy, desde 2009, então senador naquela época, a também parlamentar do Mercosul apontou que a indignação de quem a acusa é por ela ser peronista e decidir defender as bandeiras da dignidade.
Morales se incomoda que os negros possamos nos organizar, disse depois de acrescentar que é uma perseguição que vem sofrendo há oito anos.
A ativista social reiterou que é uma perseguição política e que quando ocorreram os fatos dos quais lhe acusa se encontrava na localidade jujeña de Monterrico trabalhando com as cooperativas de construção e que se inteirou pela rádio ao voltar.
'Molesta-lhes que não dependamos de nenhum setor político, que convençamos nossos colegas que devem estudar e se preparar, e que não tenhamos que baixar a cabeça por nada', sustentou.
'Estamos com você Milagro Sala, sua injustiça será bandeira de luta do povo argentino. Uma dirigente presa é uma humanidade mutilada', publicou hoje na rede social twitter o presidente boliviano Evo Morales.
Múltiplas vozes dentro e fora do país levantam-se em um pedido unânime por sua libertação imediata, entre elas organizações como o Grupo de Trabalho sobre Prisão Arbitrária das Nações Unidas, o Parlamento do Sul (Parlasur) e a Organização de Estados Americanos.
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