Invasões americanas no Oriente Médio: nenhum sucesso, apenas consequências gravíssimas
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Depois de duas guerras, várias intervenções menores e milhões de dólares entregues aos aliados no Oriente Médio, será que os interesses dos EUA na região estão assegurados?
Serão agora os EUA um país mais seguro? Analistas debatem um dos problemas mais polêmicos da atualidade. CSPAN (SCREENSHOT) EUA: interesse cauteloso em manter contato com a Rússia sobre Síria.
A relação de Washington no Oriente Médio se baseia em duas premissas, explicou Chris Preble, do Instituto Cato, que dirigiu o debate. A primeira é a ideia de que a referida área geográfica é de grande importância para os Estados Unidos; a segunda premissa afirma que Washington é capaz de continuar a fazer pressão para garantir os seus interesses na região.
De acordo com Preble, o Oriente Médio não possui uma grande relevância, pois não há países na área que ameacem a existência dos EUA. Além disso, muitos acreditam que a América do Norte não pode, efetivamente, mudar esta região. "Invadir, ocupar países e esperar transformá-los é uma ideia muito tola: não funciona", disse Andrew Bacevich, da Universidade de Boston.
De fato, a estratégia de derrubada de regimes tem um monte de consequências.
Em muitos casos, os países que tentaram se beneficiar da invasão norte-americana ficaram em estado pior do que estavam.
Para, além disso, o processo só tem produzido uma quantidade enorme de ressentimentos e criado áreas sem governo, onde esse ressentimento se aumenta, frisou Barry Posen, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Posen considera que é pouco provável que uma abordagem diferente altere a situação. Washington testou várias abordagens: foi experimentada a mais cara, de grande escala e ocupação prolongada, com consequências catastróficas. Foi utilizada uma abordagem mais barata: derrubar Kadhafi e abandonar o país, o que também resultou em consequências graves. E foram realizados financiamentos a vários grupos rebeldes em guerras subsidiárias, como está decorrendo agora na Síria, de consequências igualmente fatais.
Isto continua acontecendo, disse John Mearsheimer, porque o país está "extremamente seguro, por isso [...] pode causar caos e destruição, caos que resulta em ataques em muitos lugares, como na Europa, e que se espalha por todo o Oriente Próximo", enquanto a maioria dos americanos não paga um preço direto por isso. Como resultado da gestão da política exterior norte-americana, as Forças Armadas do país podem se intrometer nos problemas de outros países sem se preocupar com um possível contra-ataque.
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