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Os Verdes questionam Governo sobre as condições do serviço prestado em refeitórios escolares

Os Verdes questionam Governo sobre as condições do serviço prestado em refeitórios escolares

Os Verdes questionam Governo sobre as condições do serviço prestado em refeitórios escolares

A Deputada Heloísa Apolónia, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério da Educação, sobre a preocupante situação de irregularidades que se vive nos refeitórios escolares, com contrato de concessão de serviços a empresas.

Pergunta:

O sindicato da indústria de hotelaria, turismo, restaurantes e similares do Centro manifestou, ao Grupo Parlamentar Os Verdes, a situação muito preocupante que se vive nos refeitórios escolares, com contrato de concessão de serviços a empresas - no caso da região Centro foi a EUREST que concorreu e venceu o concurso, para o período 2014-2017.

De entre as várias irregularidades que nos foram relatadas, o PEV realça aqui algumas das que configuram uma situação profundamente abusiva, que requerem uma ação imediata de regularização.

O caderno de encargos, elaborado pela DGESTE (Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares), determina um número de trabalhadores para um certo número de refeições servidas.

O que acontece é que o número de trabalhadores contratados é, em muitos casos, menor do que o que é estipulado pelo caderno de encargos e, muitas vezes, até com número de horas inferiores ao que é determinado.

Ora, a relação que o caderno de encargos faz entre o número de trabalhadores no refeitório escolar com o número de refeições servidas não acontece por mero acaso, tendo por base as necessidades de cumprimento das tarefas requeridas num serviço de refeições escolares, desde a preparação, confeção, higienização e o serviço de refeição na linha, entre outras.

Significa isto que, se o número de trabalhadores não corresponde, a capacidade de cumprimento das tarefas fica necessariamente comprometida, como nos foi exemplificado com alguns casos de desinfeção de fruta, embalamento de talheres, higienização.

Mais, algumas trabalhadoras viram reduzido o seu horário de trabalho das 40h para as 34h com o objetivo da empresa lhes pagar menos e de lhes ser reduzida a categoria profissional de Preparadoras para Empregadas de refeitório. E há trabalhadores com uma carga horária de 10h a 16h semanais, para que estejam presentes apenas na linha de serviço de refeições aos alunos, quando o número mínimo de horas estipulado pelo caderno de encargos é de 20h.

A situação de profunda precariedade destes trabalhadores é outra questão que merece ser apontada - são chamados no início do ano letivo, interrompem o trabalho em todas as pausas letivas e no final de cada ano letivo não sabem se serão chamados no ano seguinte. Algumas trabalhadoras encontram-se nesta insegurança há 15 ou mais anos, não conseguindo vínculo às empresas.

Estas situações, aqui descritas, configuram notoriamente casos de exploração grave de trabalhadoras e de prestação deficiente de um serviço, por violação clara do caderno de encargos no que se refere ao número de pofissionais e à carga horária.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito ao Senhor Presidente da Assembleia da República que remeta a presente Pergunta ao Ministério da Educação, de modo a que me sejam prestados os seguintes esclarecimentos:

1. Face ao que foi acima relatado, designadamente a contratação de um reduzido número de trabalhadores para os refeitórios escolares e a reduzida carga horária que lhes é atribuída, tem o Ministério consciência que existe uma violação flagrante do caderno de encargos?

2. Sabendo que a DEGESTE tem conhecimento da situação, pergunta-se: o que foi feito no sentido de regularizar estas situações?

3. Não considera que a generalidade dos pais e encarregados de educação nem imagina que o serviço prestado aos seus filhos fica comprometido com a reduzida contratação de pessoal e respetiva carga horária?

4. Gostaria de saber como é que o Ministério da Educação acompanha estas situações e como age perante a violação grosseira do caderno de encargos.

5. O que vai o Ministério fazer para que as situações de irregularidade, se regularizem com brevidade e em benefício da qualidade do serviço prestado nos refeitórios escolares?

O Grupo Parlamentar Os Verdes

 

 


Author`s name
Pravda.Ru Jornal