Continua a operação premeditada de estupros de Ano Novo, em Colônia e em outros lugares, com a denúncia da responsabilidade da Chanceler Federal Angela Merkel. Um estudo do tráfego de mensagens de computador mostra que as contas de Twitter que organizaram esse protesto baseiam-se na costa oeste dos Estados Unidos.
Andrey Fomin
Em Setembro passado, publicamos um resumo da análise produzida pelo investigador russo Vladimir Shalak sobre os aspectos ocultos da campanha baseada no Twitter para atrair os refugiados do Oriente Médio à Alemanha. Tendo estudado 19000 tweets originais relacionados com refugiados, Shalak alegou que o grande êxodo para a Europa continental foi artificialmente organizado por atores não-europeus. A mais recente onda de violência causada por migrantes em inúmeras cidades europeias na véspera de Ano Novo provocou outra intensa campanha anti-Merkel em mídias sociais alemãs e europeias, e rendeu dados adicionais para uma investigação aprofundada de Shalak.
Abaixo, vamos compartilhar seus resultados preliminares. Mas, antes, nós vamos dar uma olhada em duas fotos demonstrando uma mudança drástica na narrativa pública sobre refugiados, na Alemanha, em apenas 4 meses:
Foi essa mudança um desenvolvimento trágico mas espontâneo, ou uma PSYOP [PSYOP: do inglês psychological operation; operação psicológica] deliberada por um agente externo? Para chegarmos a uma conclusão informada, temos que olhar brevemente as relações atuais entre EUA e Alemanha.
Desde a reunificação da Crimeia em março de 2014 com a Rússia, a Chanceler alemã Angela Merkel encontrou-se entre o martelo e a bigorna. Sob forte pressão de Washington, ela teve que levar a família europeia a reforçar as crescentes sanções contra a Rússia, enquanto as grandes empresas e seus adversários políticos ficavam cada vez mais relutantes em sustentá-las perante as terríveis consequências para a economia alemã. Pesando duas abordagens contraditórias, ela optou por realizar o contrato comercial de 2011 para construir a Segunda Fase do Gasoduto Nord Stream [Torrente do Norte], que traria mais gás natural da Rússia para a Alemanha através do mar Báltico, apesar de um crescente rugido do exterior.
Outra dimensão das tensões transatlânticas está conectada às conversações sobre o acordo TTIP [do inglês Transatlantic Trade and Investment Partnership: Parceria Transatlântica de Comércio de Investimento] desde 2013, a portas fechadas. A névoa de propaganda maciça em torno dessas conversações dificilmente pode ocultar o fato de que a questão principal, onde as espadas são cruzadas, é o status dos tribunais de arbitragem privada americana dentro do sistema jurídico europeu. As empresas transnacionais (do inglês Transnational Corporations: TNC) globais pressionam para que essas empresas possam processar Estados em tribunais de arbitragem privada por qualquer ação que influencie negativamente seus lucros. Em termos práticos, isso significa a perda total da soberania dos Estados europeus, visto que os tribunais de arbitragem privada serão capazes de ditar os direitos aduaneiros dos Estados-nação (influenciando diretamente os lucros, é claro), as normas sanitárias e fitossanitárias (a UE terá que revogar suas barreiras rígidas aos OGMs [Organismos Geneticamente Modificados] e aos produtos de carne com hormônio), as regras financeiras e de investimento de bancos europeus e até mesmo subsídios. Não é de admirar que uma coalizão de partidos governistas na Alemanha categoricamente protesta contra as negociações do TTIP. Uma manifestação pública de massa anti-TTIP atingiu Berlim em outubro de 2015. Como resultado, agora, Frau Merkel está sendo enfaticamente cuidadosa em sua avaliação do projeto TTIP.
Agora, a imagem é mais ou menos clara: a Bundeskanzlerin [Chanceler Federal, em alemão] joga um jogo inteligente, tentando manter a soberania europeia enquanto, formalmente, respeitando as exigências dos EUA nas faixas secundárias. Sem dúvida esse jogo já foi decodificado por Washington e o único fator que impede a imediata expulsão dela de seu posto é a ausência de um sucessor preparado e gerenciável. No entanto, uma campanha da mídia contra Frau Merkel, a pretexto do escândalo dos estupros dos refugiados, está em pleno andamento.
No início de janeiro, o famoso especulador e patrocinador confesso do tráfego de refugiados para a Europa, George Soros, deu uma entrevista explícita para Wirtschafts Woche onde ele amargamente criticou a política europeia de refugiados rigorosa de Merkel, sugerindo que "custaria sua Chancelaria". Simultaneamente, a hashtag #ArrestMerkel [#PrendaMerkel] e o lema "Merkel Tem Que Sair" apareceram no Twitter e ganharam uma impressionante circulação. Uma análise realizada mostrou que essa hashtag #ArrestMerkel foi originalmente transmitida por duas grandes contas de Twitter, @Trainspotter001 e @AmyMek. Ela foi retomada e espalhada por diversas outras contas poderosas.
A atividade mínima é observada entre 07:00 e 3 PM GMT, que provavelmente corresponde ao horário na região do Pacífico nos das Montanhas Rochosas. Estes ativistas do Twitter estão, portanto, ativos durante o dia na costa oeste dos EEUU.
Agora, a conta de @Trainspotter001 fez quase 27K [27000] tweets desde março de 2015, ou cerca de 88 tweets por dia, o que é muito para um operador humano (por exemplo, toda a equipe de Twitter CNN está fazendo cerca de 23 tweets/dia). Concluímos que @Trainspotter001 é um robô [bot] programado, enquanto a @AmyMek (27K tweets desde 2012) é provável que também seja.
Indo ainda mais adiante e examinando um grande número de retweeters vemos que @Genophilia é o robô líder aqui (107K tweets desde setembro de 2012, ou aproximadamente 87 tweets/dia). Sua região não é indicada; mas, pesquisa de hora média de atividade mostra que é operado da costa do Pacífico dos EEUU também. Duas outras contas notáveis são: @jjauthor, um robô baseado em Nevada fazendo 300 posts por dia desde 2010 (!), e @LadyAodh, um outro perfil artificial loiro, criado nos Estados Unidos e lutando contra o "genocídio branco" desde março de 2015. Como você viu no primeiro gráfico, todas essas contas-robô estão intimamente entrelaçadas e, assim, multiplicam o efeito de uma e de outra ao cobrir audiências de milhões de pessoas.
A evidência apresentada demonstra claramente que todo o Agrupamento de Refugiados foi organizado por agentes baseados nos EUA para enquadrar a Chanceler Merkel e avisá-la contra sua rebeldia e posicionamento independente pela soberania europeia. Bastante notável é que plataformas de polo aparentemente oposto (a ultra liberal de George Soros e a vagamente de extrema-direita dos robôs do Twitter localizados nos EEUU) eventualmente prosseguem com o mesmo objetivo político - expulsar a líder alemã de seu posto e impor o TTIP à Europa.
Andrey Fomin
Tradução
Marisa Choguill
Fonte