Na vida política saudita, as mulheres não desempenham quase nenhum papel. Elas não devem nem dirigir automóveis. Agora, pela primeira vez, elas podem se candidatar e votar. Graças a decreto do falecido rei Abdullah.
A partir deste domingo (30/08), teve início na Arábia Saudita o registro de candidatos e candidatas para as eleições municipais em 12 de dezembro. É a primeira vez na história do reino islâmico ultraconservador que mulheres podem se candidatar para uma eleição. Também como eleitoras, as mulheres poderão votar pela primeira vez.
A participação eleitoral feminina foi garantida por um decreto que o rei Abdullah, falecido no início deste ano, havia emitido há quatro anos. "Nós rejeitamos marginalizar o papel da mulher na sociedade saudita", prometeu o rei em 2011.
Sucessor de Abdullah apoia sufrágio feminino
No entanto, a novidade é motivo de duras críticas no país. Clérigos conservadores alertam para uma "mistura de homens e mulheres", para um "flagelo moral" e uma "ocidentalização da sociedade".
Por outro lado, o sucessor de Abdullah, rei Salman, apoiou publicamente o sufrágio feminino. Já há mais de dois anos, Abdullah já havia convocado 30 mulheres para o Shura, o conselho consultivo do governo saudita composto de 150 membros.
Para ativistas dos direitos humanos, no entanto, a reforma eleitoral não vai longe o suficiente. Eles afirmam não ver nenhuma mudança significativa rumo à democracia no país governado por uma família real.
Eleitos pela última vez em 2011, os conselhos municipais têm poderes muito limitados. Entre outros, eles podem aprovar o orçamento e fazer propostas. Além disso, somente dois terços de seus membros são eleitos diretamente, o resto é nomeado.
Segundo a mídia saudita, estima-se que por volta de 70 mulheres irão se registrar como candidatas em todo o país. No entanto, cartazes eleitorais com retratos dos candidatos ou candidatas estão proibidos. No dia da eleição propriamente dito, haverá locais de votação separados por sexo.
Fonte