- Pianoforte Clementi tocado na abertura por Ronald Brautigam
- Ciclo de Carnaval encerra com Pedro Burmester
- Beethoven, Bach, Mendelson e Mozart, entre outros
- Midori Seiler, Jos van Immerseel, Orquestra Gulbenkian
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Sintra, 11 de dezembro 2013 - Foi hoje anunciada a Temporada de Música - Tempestade e Galanterie, Palácio de Queluz 2014, sob direção artística de Massimo Mazzeo, do Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal (DS-CESP). Com início a 8 de Março, a temporada inclui dois ciclos, Carnaval e Outono, e incluirá 11 concertos no total. Serão apresentadas obras de Beethoven, Bach, Mozart e Mendelshonn, entre outros, numa ligação que, Massimo Mazzeo, diretor artístico, destaca como uma "reconciliação entre os vários ambientes da cultura, seja do ponto de vista histórico, seja pela programação cultural dos dias de hoje".
António Lamas, Presidente do Conselho de Administração da Parques de Sintra, refere a satisfação de "voltar a trazer ao Palácio Nacional de Queluz a música setecentista, associando o Palácio a uma temporada de grande qualidade", que inclui nomes como Ronald Brautigam, Alexander Lonquich, Thalia Ensemble, Pedro Burmester, Jos van Immerseel e a Orquestra Gulbenkian, entre outros.
Massimo Mazzeo, diretor artístico, destacada que "a temporada pretende também, de uma forma não especulativa ou populista, dar espaço à apresentação de novos agrupamentos portugueses que se tenham distinguido pelo seu trabalho, originalidade e inteligência da sua proposta musical"
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Pianoforte Clementi será "estrela" do ciclo de Carnaval
O ciclo de Carnaval, composto por seis concertos, entre 8 e 29 de março, terá uma grande "estrela". O pianoforte Clementi regressa agora definitivamente à cena, após anos de silêncio. Pertencente ao acervo do Palácio Nacional de Queluz, o instrumento percorreu um exigente período de recuperação, monitorização e estudo e poderá ouvir-se durante todo o ciclo, nomeadamente a 8 de março, com a interpretação de Ronald Brautigam. No concerto de encerramento, dia 29 de março, as honras cabem a Pedro Burmester, acompanhado pela Divino Sospiro.
Um ano após a passagem do Palácio Nacional de Queluz para a gestão da Parques de Sintra, e após um interregno de doze anos, o pianoforte Clementi foi, este ano, intervencionado pelo restaurador Geert Karman (especialista em pianofortes), com o objetivo de recuperar o instrumento para ser usado em concertos. Apesar de mecanicamente não apresentar problemas sérios, o instrumento encontrava-se desregulado e a caixa estava ligeiramente empenada. Ao fim de vários anos sem manutenção e afinação, necessitava de um acerto mecânico, nomeadamente na regulação de alguns abafadores e martelos. Por outro lado, um delicado e moroso processo de afinação, executado ao longo de vários meses, revelou-se um êxito, tendo o instrumento reagido positivamente. Sem comprometer a sua estabilidade,- que continuará a ser monitorizada - foi assim possível subir a afinação até aos 430 Hz, o que permitirá a sua apresentação em concertos, a solo ou acompanhado por uma orquestra de câmara, em reportório de época perfeitamente adequado à época e aos ambientes do Palácio de Queluz.
Ciclo de Outono maioritariamente dedicado a Orquestras e Agrupamentos de maior dimensão.
O ciclo de Outono será composto por cinco concertos, entre 3 e 25 de outubro, com particular destaque para os primeiro e último concertos da Temporada. Assim, a 3 de outubro, sobem ao palco de Queluz os músicos Midori Seiler, no violino e Jos van Immerseel, no pianoforte. A 25, é a vez da conceituada Orquestra Gulbenkian presentear a plateia com o seu repertório, contando com a direção musical de Leonardo Garcia Alarcón.
Massimo Mazzeo acredita que esta temporada - com concertos a decorrer na Sala do Trono, na Sala da Música e na Sala dos Embaixadores, contribui para a captação de novos públicos e é capaz de acentuar o esplendor deste local de excelência, com potencialidade para o transformar "num ponto de irradiação cultural de nível internacional".
Os preços dos bilhetes para os concertos desta temporada variam entre 15€ e 20€. Foram também criados dois passes que permitem o acesso a todos os concertos de cada ciclo, com preços entre os 60€ e os 90€. Os estudantes podem ainda adquirir bilhetes a 10€ para cada concerto.
A inscrição para o workshop dos dias 15 e 16 de março tem o preço de 55€ e inclui visita livre aos jardins e Palácio de Queluz, bem como 10% de desconto na cafetaria e loja do palácio.
Temporada de Música - Tempestade e Galanterie - Palácio de Queluz 2014
Programa
CICLO DE CARNAVAL 8 de Março, 21h00, Sala da Música Ronald Brautigam, pianoforte CPE Bach, M. Clementi, Cramer, L.V. Beethoven No programa escolhido para o Palácio de Queluz o pianista inclui obras de C.P.E. Bach e M. Clementi, compositores setecentistas contemporâneos da época da construção do Palácio. A BBC Music Magazine classifica Brautigam como tendo "um genuíno estilo virtuoso". 12 de Março, 21h00, Sala da Música Kristian Bezuidenhout, pianoforte CPE Bach, JS Bach, Mozart Kristian Bezuidenhout é classificado pelo Boston Globe como "tecnicamente apto para nos fazer descobrir novas ideias sobre música antiga". Em Queluz apresenta um repertório onde se destaca a obra do compositor Carl Philip Emanuel Bach, assinalando assim os 300 anos do seu nascimento. 15 e 16 de Março, 10h30 - 13h // 15h - 17h30 Workshop Cartas Musicais Cristina Fernandes, musicóloga; Catarina Costa e Silva, especialista em Danças Antigas Música, dança e jogos de salão nos finais do Antigo Regime; o baralho de cartas musicais de José do Espírito Santo e Oliveira O baralho musical de José do Espírito Santo e Oliveira (1755-1819) serve de mote a um workshop sobre as danças de sociedade no século XVIII e inícios do século XIX, acompanhado pela respetiva contextualização histórica, e para um concerto encenado que procura recriar as diferentes práticas musicais, coreográficas e lúdicas.
16 de Março, 21h00, Sala dos Embaixadores Cristina Fernandes, musicóloga Catarina Costa e Silva e Alexandra Canaveira de Campos, bailarinas Divino Sospiro Assembleia em Queluz; Bailes, jogos de salão e repertórios instrumentais Um concerto que se apresenta como muito mais do que um simples concerto. Neste dia será recriado o espírito das assembleias de Lisboa em finais do séc. XVIII, das quais a mais famosa e cosmopolita foi a Assembleia das Nações Estrangeiras, fundada pelo compositor e violinista Pedro Antonio Avondano (1714-1782). 22 de Março, 21h00, Sala da Música Alexander Lonquich, pianoforte Christophe Coin, violoncelo
L.v. Beethoven, sonatas op. 5 e op. 69 C. Ph. E. Bach, Fantasia e Rondo
Christophe Coin, um dos músicos mais importantes na renovação das interpretações historicamente esclarecidas dos últimos quarenta anos, regressa a Portugal para um concerto, estreando-se em duo com o pianista Alexander Lonquich.
28 de Março, 21h00, Sala da Música Thalia Ensemble Grund, Beethoven, Haydn, Danzi Quintetos para Sopros e Pianoforte
Recentemente galardoado com o 1º Prémio no concurso internacional de York, no Reino Unido, o Thalia Ensemble foi fundado por músicos de vários países, entre os quais se conta o fagotista português José Rodrigues Gomes.
29 de Março, 21h00, Sala da Música Divino Sospiro Pedro Burmester, pianoforte Massimo Mazzeo, direção musical
L. Boccherini, W.A.Mozart, F. J.Haydn É a primeira colaboração entre a Divino Sospiro e o pianista português Pedro Burmester, que pela primeira vez tocará um pianoforte histórico, neste caso o instrumento Clementi, jóia do património musical de Queluz. No programa consta um dos mais emblemáticos concertos de piano de Mozart, o KV595.
CICLO DE OUTONO 3 de Outubro, 21h00, Sala da Música Midori Seiler violino Jos van Immerseel pianoforte Programa a divulgar Midori Seiler e Jos van Immerseel, dois solistas virtuosos que há muito se econtram de forma regular para dar ao público um novo paradigma de interpretação do repertório clássico e romântico escrito para violino e pianoforte, e no qual se destacam as premiadas gravações das sonatas de Beethoven. 10 de Outubro, 21h00, Sala do Trono Programa a definir O Goethe-Institut e a temporada "Música em Queluz" juntam-se para oferecer um concerto integrado no Festival Cantabile possibilitando de novo o encontro do público português com alguns dos melhores intérpretes de música de câmara da Europa. 11 de Outubro, 21h00, Sala da Música Trio do Desassossego - Violino, Violoncelo, Piano Agrupamento vencedor do Prémio Jovens Músicos na categoria de Música de Câmara
L.van Beethoven - Trio em Ré M Op.70 n.º 1 F. Mendelshonn - Trio n.º1 em Ré M Op.49
A obra de Fernando Pessoa inspira a forma de estar na música deste trio formado em Setembro de 2012. Este concerto abre uma importante colaboração com o "Prémio Jovens Músicos", uma das iniciativas com maior apoio regular e ininterrupto ao surgimento de novas gerações de músicos.
18 de Outubro, 21h00, Sala do Trono J. Sousa Carvalho; L'Angelica Serenata, versão de câmara. Composta em 1778 por João de Sousa Carvalho (1745-1799) e baseada num libreto de Pietro Metastasio. Concerto Campestre Pedro Castro, direcção musical Joana Seara, Angelica / Lydia Viñes Curtis, Medoro / Fernando Guimarães, Orlando / Luísa Tavares, Licori / Sandra Medeiros, Tirsi A serenata L' Angelica foi composta por João de Sousa Carvalho em 1778, consistindo num género de música dramática aparentado com a ópera, mas com dimensões mais reduzidas e geralmente executada sem encenação. Um concerto demonstrativo da atenção dada ao património musical entrelaçado com a vida do próprio palácio.
25 de Outubro, 21h00, Sala do trono Orquestra Gulbenkian Direção musical, Leonardo Garcia Alarcón J.D.Bontempo, Sinfonia n.º 1 F.J. Haydn, Sinfonia n.º 104 W.A Mozart, Aria de concerto "Alcandro lo Confesso" David Perez, Abertura e arias de Persane, da Opera "Il Solimano"
Regular divulgador do património musical português, ou escrito em Portugal, durante os séculos XVIII e XIX, o maestro argentino Leonardo Garcia Alarcón regressa ao país para de novo trabalhar com a Orquestra Gulbenkian. |
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Palácio Nacional de Queluz
O Palácio Nacional de Queluz e os seus jardins históricos constituem um exemplo marcante da ligação harmoniosa entre paisagem e arquitetura palaciana em Portugal.
Ilustram a evolução do gosto da Corte nos séculos XVIII e XIX, período marcado pelo barroco, o rococó e o neoclassicismo.
Mandado construir em 1747 pelo futuro D. Pedro III, consorte de D. Maria I, o Palácio de Queluz foi inicialmente concebido como residência de verão, tornando-se espaço privilegiado de lazer e entretenimento da Família Real, que o habitou em permanência de 1794 até à partida para o Brasil, em 1807, na sequência das invasões francesas.
Sobre a Parques de Sintra - Monte da Lua
A Parques de Sintra - Monte da Lua, S.A. (PSML) é uma empresa de capitais exclusivamente públicos, criada em 2000, no seguimento da classificação pela UNESCO da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade. A sua criação teve como objetivo reunir as instituições com responsabilidade na salvaguarda e valorização da Paisagem Cultural de Sintra, e o Estado Português entregou-lhe a gestão das suas principais propriedades na zona. Não recorre ao Orçamento do Estado, pelo que a recuperação e manutenção do património que gere são asseguradas pelas receitas de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços para eventos.
Em 2012, os valores naturais e culturais que a PSML gere (Parque e Palácio da Pena, Chalet da Condessa d'Edla, Castelo dos Mouros, Palácio e Jardins de Monserrate e Convento dos Capuchos) receberam aproximadamente um 1.138.000 visitas, mais de 90% das quais por parte de estrangeiros. Desde Setembro de 2012 é também responsável pelos Palácios Nacionais de Sintra e de Queluz, bem como pela Escola Portuguesa de Arte Equestre, sediada em Queluz.
São acionistas da PSML o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, a Direção Geral do Tesouro e Finanças (que representa o Estado), o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra.
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