Santiago do Chile, (Prensa Latina) Movimentos estudantis e o Colégio de Professores do Chile reafirmaram nesta quarta (03) que marcharão no dia 11 de abril, manifestação que pressionará os candidatos presidenciais e suas promessas de campanha em relaçao à educação.
Membros da direção da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), da Coordenadora Nacional de Estudantes Secundários e da Assembleia Coordenadora de Estudantes Secundários (Aces) confirmaram a convocação à marcha, segunda realizada este ano pelos estudantes para exigir uma educação pública, gratuita e de qualidade.
"É a única maneira que achamos possível conseguir que todas estas promessas não continuem sendo cheques em branco que serão depositados nas contas dos empresários, mas que realmente sejam mudanças estruturais ao sistema educativo", expressou Diego Vela, um dos porta-vozes da Confech.
Segundo o jovem presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, o sistema de educação no Chile é o segundo mais segregado do mundo, em prejuízo das pessoas de poucos recursos.
Já Andrés Fielbaum, presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech), destacou a importância das mobilizações, especialmente em um ano eleitoral.
"Há poucos anos, lucrar com a educação era ser um empreendedor, hoje em dia lucrar com a educação é delinquir", afirmou Fielbaum na sede da Fech, onde foi realizada a declaração conjunta das organizações.
Em nome dos estudantes do emblemático Instituto Nacional, o dirigente Pablo Toro criticou as medidas do governo de Sebastián Piñera para proteger os Carabineros, corpo policial chileno, e fortalecer a ordem pública no geral
"Dizem que os Carabineros estão quase de mãos atadas nas manifestações, e sabemos que não é assim", expressou, depois de lembrar que no ano passado "companheiras da ACES foram quase abusadas sexualmente por Carabineros dentro de camburão".
A marcha foi anunciada há uma semana, no entanto a direção estudantil disse que ainda não receberam a permissão das autoridades.
No último dia 28 de março, ao redor de cinco mil estudantes marcharam pelas ruas de Santiago para pedir uma educação pública, gratuita e de qualidade, manifestação que foi dispersada pelos Carabineros.
Em vários trechos da marcha os estudantes enfrentaram a polícia, quando grupos de jovens tentaram sair da rota autorizada pela Intendência da Região Metropolitana, para chegar ao Ministério de Educação.
Com carros pipa, gás lacrimogêneo e escopetas de "paintball", os policiais arremeteram contra os manifestantes, que responderam com pedras, paus, pedaços de ferro e outros objetos encontrados no caminho.
http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=bdc6c33585d0cf5d2a8cb83141cd037f&cod=11257