Os cardeais celebraram nesta terça-feira a última missa antes de se isolarem no interior da Capela Sistina para o conclave que vai eleger o próximo papa, buscando superar suas divisões e chegar a um consenso sobre um único nome, que vai liderar 1,2 bilhões de católicos.
Enquanto o canto gregoriano preenchia a Basílica de São Pedro, os 115 cardeais que participação do conclave assistiam à missa rezada pelo cardeal decano Angelo Sodano, um dos homens mais influentes da igreja.
Sodano, que como decano do Colégio de Cardeais tem liderado seus pares em conversações secretas que levarão ao conclave, foi o sacerdote responsável pela cerimônia cuidadosamente coreografada para desmentir as discórdias no interior da igreja, que vieram à tona após a renúncia de Bento XVI.
Nas últimas semanas, os cardeais vindos de todo o mundo para o conclave exibiram publicamente suas queixas sobre o governo da cúria romana, o órgão administrativo do Vaticano, assumindo uma posição contrária aos colegas que são antigos integrantes do Vaticano.
Sodano, poderoso cardeal que governou a cúria durante o papado de João Paulo II, marcou sua homilia com citações do apóstolo Paulo, convidando a igreja a "fazer todos os esforços para manter a unidade".
"Cada um de nós é convidado a cooperar com o sucessor de Pedro, a fundação visível de uma unidade eclesiástica", declarou Sodano.
Perante ele, os cardeais em suas vestes vermelhas e sentados de forma alinhada, quebraram o silêncio apenas para aplaudir Bento XVI que, embora ausente, foi descrito por Sodano como "amado e venerado".
Sodano não é considerado um candidato ao papado.
Na praça do lado de fora da Basílica, centenas de pessoas se reuniam ao redor de telões, que transmitiam a missa. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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